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5 de junho de 2022

Concluindo Anne with an E (e mais motivos para assistir)

Exatamente no último dia de maio, menos de uma semana atrás, completei minha jornada com as três temporadas de Anne with an E, produção da Netflix. Como já desconfiava desde que conheci a adaptação em 2018,  onde compartilhei 3 motivos para assistir série, a história entrou para minha lista de favoritos e por isso quero reforçar alguns motivos para conhecer esse enredo inspirador (e em breve espero começar minha jornada com os livros).

Relendo minha lista de recomendação da primeira temporada percebo que os motivos principais seguem os mesmos: o desafio de Anne em uma nova casa, Marilla e Matthew se adaptando a uma criança, a um novo membro da família, a comunidade que desaprova o comportamento sonhador e empolgado da protagonista e tudo que uma pessoa de fora tem de suportar para viver em um lugar.

A série, no decorrer das três temporadas, consegue manter os temas principais como pilares, sempre expandindo o debate e acompanhando o desenvolvimento de Anne, de criança para adolescente e depois uma jovem prestes a iniciar a vida adulta. A presença de negros e nativos levanta o debate sobre racismo, a chegada de uma viúva e professora sobre o real papel da mulher, descoberta sexual e o papel da família e o que (ou como) ela realmente é.


21 de agosto de 2021

Rebecca - dirigido por Alfred Hitchcock



Rebecca
(Rebecca)
Direção: Alfred Hitchcock
Produção: Selznick International Pictures
Ano: 1940
Duração: 130 minutos
Filmow | IMDb

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Rebecca de Daphne Du Maurier

Passou um ano desde a última dupla de textos para o Desafio livros e seus filmes e como já escrevi sobre Rebecca de Daphne Du Maurier, hoje é dia de comentar sobre a versão da história de 1940 dirigida por Alfred Hitchcock (e também sobre o remake de 2020 de Ben Wheatley para a Netflix).

O ponto de partida do enredo segue a ideia do livro: o casal protagonista se conhece em Monte Carlo com vidas distintas: ela trabalhando para uma rica excêntrica depois da morte dos pais e ele, Maxim de Winter, recém viúvo enfrenta o trauma da perda da primeira esposa, Rebecca. Nesse contexto tumultuado que os personagens se aproximam, passam alguns dias juntos e no dia da partida o pedido de casamento é feito. Nasce uma nova sr. de Winter.

26 de junho de 2020

O jardim secreto - dirigido por Agnieszka Holland




O jardim secreto
(The Secret Garden)
Direção: Agnieszka Holland
Produção: Warner Bros
Ano: 1993
Duração: 101 minutos

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O jardim secreto de Frances Hodgson Burnett

O último combo livro e filme a aparecer no Estante da Nine (e participar do Desafio livros e seus filmes), foi em janeiro deste ano com Marnie de Winston Graham (e adaptação de Alfred Hitchcock). Durante o primeiro semestre muitas leituras incríveis e adaptações entraram na fila de pautas do blog e hoje é dia de conversar sobre a versão de 1993 de O jardim secreto, dirigido por Agnieszka Holland, adaptado da obra de Frances Hodgson Burnett.

Órfã, Mary viaja da Índia para a Inglaterra para viver com o tio recluso na mansão Misselthwaite. Mimada e tratada anteriormente por servos obrigados a fazer suas vontades, sem atenção dos pais, a menina rapidamente precisa se adaptar a sua vida na Europa sem mimos, sem regalias, e com regras severas na casa. Poderia ser um pesadelo para Mary, mas a mudança vira uma aventura transformadora na vida da protagonista e outras pessoas da mansão Misselthwaite.

12 de janeiro de 2020

Marnie: confissões de uma ladra - dirigido por Alfred Hitchcock




Marnie: confissões de uma ladra
(Marnie)
Direção: Alfred Hitchcock
Produção: Alfred J. Hitchcock Productions
Ano: 1964
Duração: 130 minutos
Filmow | IMDb
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Marnie de Winston Graham

O ano começa com Desafio livros e seus filmes no Estante da Nine. Ou quase isso. Finalizei a leitura de Marnie do autor Winston Graham nos últimos dias de dezembro, comentei sobre a história no blog na primeira semana de janeiro e chegou a hora de escrever sobre a adaptação de Alfred Hitchcock. Por esse combo final de 2019, início de 2020 eu abro os trabalhos do projeto por aqui com a expectativa de comentar sobre muitos livros e suas adaptações, seja para cinema ou televisão.

Apesar de abordarem alguns dos mesmos temas, o enredo de Winston Graham e a direção de Alfred Hitchcock seguem por caminhos diferentes. A história apresenta Marnie, uma jovem e eficiente secretária e contadora que após alguns meses de trabalho rouba a empresa e desaparece. A história original é na Inglaterra e a versão para o cinema nos Estados Unidos, e essa mudança resulta em diferenças culturais.

4 de janeiro de 2019

Selvagens - dirigido por Oliver Stone




Selvagens
(Savages)
Direção: Oliver Stone
Produção: Ixtlan
Ano: 2012
Duração: 131 minutos
Filmow | IMDb

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Selvagens de Don Winslow

Na reta final de 2018 eu publiquei no canal um vídeo para o Desafio livros e seus filmes comentando sobre a experiência de leitura com Selvagens de Don Winslow e também sobre o filme dirigido por Oliver Stone. Como já é tradição, aqui no blog eu escrevo sobre cada etapa do projeto separado, e apesar da demora, aqui estão alguns motivos por ter gostado, mas não tanto, do filme.

5 de dezembro de 2018

Extraordinário – dirigido por Stephen Chbosky



Extraordinário
(Wonder)
Direção: Stephen Chbosky
Produção: Lionsgate
Ano: 2017
Duração: 113 minutos
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Extraordinário de R.J. Palacio

Depois de anos aluguei filmes na locadora e como queria riscar da minha lista algumas adaptações literárias a oportunidade de assistir Extraordinário surgiu. Até inclui o filme (e o livro – que li anos atrás), no Desafio livros e seus filmes na época do lançamento, mas não cheguei a procurar antes do final de semana que passou.

A verdade é que fiquei surpresa com o filme, gostei da adaptação até um tanto mais que o livro, principalmente porque pensei que a versão para a cinema seria mais fantasiosa por assim dizer, mas a história é na verdade o desafio de uma criança para se adaptar a um ambiente novo onde ela é diferente de todos os outros.

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O ponto de partida da história é a entrada de August na escola. Auggie nasceu com uma doença congênita craniofacial e desde que bebê passou por diversas cirurgias. Ensinado em casa pela mãe, o menino precisa encarar uma mudança significativa nos meados da infância: entrar para uma escola regular. E é a partir desse grande momento que o telespectador acompanha o primeiro ano de August no ensino fundamental.



Gostei de como o filme é despretensioso e ao mesmo tempo consegue criar uma dinâmica interessante entre crianças e adultos. August enfrenta a aversão dos outros alunos assim que chega a escola, mas também encontra figuras reconfortantes em alguns professores e amigos. Existe equilíbrio ao tratar da diferença, sem esquecer a parte difícil, e que no geral tem uma mensagem extremamente positiva!

Outro ponto positivo da adaptação, e nesse caso o recurso da imagem facilita muito mais que o livro que foca em alguns personagens, é o ponto de vista e sentimento dos personagens que cercam Auggie. O pai e principalmente a mãe são presentes na rotina do menino, mas a irmã também é fundamental, assim como uma amiga dela e os colegas que se aproximaram de August. Na escola o tema também ganhou embate forte, com preceitos bem claros contra o bullying, tema pertinente e atual.

As referências a cultura pop, o tom divertido e ao mesmo tempo sério do filme, além de personagens carismáticos fez com que minha experiência tenha sido positiva e além das expectativas. Verdade que demorei um tempo para assistir, praticamente um ano desde o lançamento, mas a adaptação certamente ficou na lista das boas. E vocês, já assistiram Extraordinário?

Assista ao trailer de Extraordinário

Beijos!

Foto: Divulgação
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30 de setembro de 2018

Horizonte perdido - dirigido por Charles Jarrott




Horizonte perdido
(Lost Horizon)
Direção: Charles Jarrott
Produção: Columbia Pictures
Ano: 1973
Duração: 150 minutos
Filmow | IMDb

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Horizonte perdido de James Hilton

Essa adaptação foi uma das mais loucas que assisti e nem sei bem como começar a comentar sobre ela. Horizonte perdido ganhou uma versão para o cinema em 1937 assinada por Frank Capra e em 1973 o diretor Charles Jarrott também gravou sua perspectiva da história. As diferenças entre livro e filme são consideráveis, por isso desde o início encarei a obra como levemente inspirada, ou com elementos da história original, e não exatamente como uma adaptação fiel. Pelo contrário, esse foi um dos casos que as liberdades criativas do diretor alteraram, em parte, o contexto de Shangri-La.

O filme começa com a fuga de uma região invadida e a viagem de avião. Durante uma tempestade o veículo sofre uma queda e o piloto morre. Os cinco ocupantes (no livro são quatro) são resgatados por um monge e aldeões numa região que parece improvável haver vida. Depois de horas de caminhada e uma escalada perigosa os protagonistas chegam ao paraíso chamado Shangri-La.

A primeira diferença significativa é o número de personagens. As profissões e todo contexto também foi modernizado para a época em que o filme foi gravado. Enquanto na história original a aventura acontece nos anos 1930, na versão de Charles Jarrott a expedição, o figurino, a tecnologia e todas as referências acompanham a década de 1970. Visto que é um remake da versão de Frank Capra de 1937 faz sentido que o diretor tenha atualizado a história. Atualmente é possível encontrar diversos casos assim no cinema, mas não posso mentir que a primeira impressão foi negativa.

Os dilemas principais do livro permanecem no filme, mesmo que expostos de maneira diferente. Um dos sobreviventes é o provocativo e responsável por instigar a saída deles do refúgio, enquanto Conway segue o personagem racional do livro e o que tenta mediar todos os conflitos. Enquanto no livro duas mulheres são presentes na história, no filme são três, e apesar de ter funcionado na ideia geral da trama, elas constantemente são exibidas em momentos de fragilidade ou como se precisassem de proteção, um grande revés da adaptação.

A diferença significativa do filme, que é um musical e eu só li sobre isso depois, é a representação de Shangri-La. Enquanto no livro toda a atmosfera do templo e da aldeia é introspectiva, até certo ponto reservada, pelo menos essa foi minha impressão, na versão para o cinema tudo é vibrante, com pessoas e monges por todos os lados, crianças e moradores de todas as partes do mundo e que chegaram ao templo em momentos diferentes da história (de Shangri-la, que é contada para Conway e o leitor pelo monge mais antigo do lugar).

Horizonte perdido foi uma daquelas experiências peculiares que por um bom tempo eu vou pensar sobre e mesmo que não tenha gostado de todas as adaptações de Charles Jarrott foi um filme marcante, sem dúvida. Minha nota para produção foi de 3,5 no Filmow. Recomendo filme (e o livro) para quem gosta de reflexões sociais, aventura, dilema existencial e o para quem gosta de debater sobre utopia e se ela seria possível (ou viável). Vocês conhecem Horizonte perdido?

Beijos!

Fotos: Divulgação

26 de setembro de 2018

A abadia de Northanger - dirigido por Jon Jones




A abadia de Northanger
(Northanger Abbey)
Direção: Jon Jones
Produção: Granada Television
Ano: 2007
Duração: 93 minutos
Filmow | IMDb

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A abadia de Northanger de Jane Austen

No final de agosto eu compartilhei no Estante da Nine a minha experiência de leitura com A abadia de Northanger de Jane Austen e desde lá está na minha lista de tarefas assistir a adaptação (encontrei duas no Filmow: 1986 e 2007). Hoje à tarde finalmente risquei essa meta da pauta e sento no final desta noite de quarta para compartilhar mais uma opinião com vocês e não deixar passar os pensamentos e opiniões ainda frescos, como acontece as vezes e ainda estou devendo os comentários de alguns livros, filmes e séries (aos poucos as coisas andam, mentaliza positivo por aí).

O ponto de partida da adaptação de Jon Jones de 2007 é o mesmo do livro: Catherine recebe o convite de um casal de amigos e vizinhos para passar uma temporada no balneário de Bath. Apaixonada por romances góticos e sonhadora, a jovem vê a viagem a oportunidade de sua primeira aventura e parte para a nova cidade cheia de animação. Chegando lá, é claro, as coisas não são tão boas a primeira vista e Catherine e a senhora Allen passam por alguns momentos incômodos até que fazem as amizades iniciais.

A apresentação do romance e do triângulo amoroso acontece logo no início da história e o diretor intercala os momentos atuais da vida de Catherine com sonhos perigosos e esquetes das interpretações das aventuras que lê. A mistura consegue demonstrar o amadurecimento da personagem e como ela lida com cada situação, ao mesmo tempo que traz alívio cômico. A amizade é pauta do filme, assim como os relacionamentos por interesse e manipulação.

No livro de Jane Austen eu demorei um bom tempo até me interessar por Catherine e torcer por ela, já no filme o diretor Jon Jones que fisgou logo no início, ao trazer uma personagem que é inocente e pura, mas ao mesmo tempo esperta, destemida e engraçada. Ver a protagonista na adaptação a tornou real muito mais rápido e talvez esse tenha sido o ponto alto da minha experiência (e é bem provável que eu assista esse filme milhares de vezes a partir de agora).


Não vou mentir que me apaixonei por Henry Tilney desde a primeira aparição assim como antipatizei com John Thorpe assim que a sugestão do personagem surgiu no filme e a representação dos opostos aparece com muita intensidade, porém com menos contexto do que no livro. Os dramas sociais de Bath são resumidos nas cenas mais importantes e a viagem para Northanger parece ganhar mais tempo na adaptação, se bem que como no livro os momentos tensos ou sombrios foram poucos.

O final de Catherine foi corrido no filme também e apesar de defender as adaptações o mais fieis as histórias originais esse era um caso que eu torci por um desfecho alternativo ou estendido, já que como no livro, na versão de Jon Jones eu também torci demais pela personagem. O encerramento da história é justo, mas para um heroína faltou um momento épico, e o filme até tem um toque especial. Minha nota no Filmow foi de quatro estrelas, um filme de Jane Austen que eu adorei. Quem por aí assistiu?

Vídeo de opinião publicado no canal do Estante da Nine


Beijos!
Fotos: Divulgação

3 de setembro de 2018

Perdido em Marte - dirigido por Ridley Scott



Perdido em Marte
(The Martian)
Direção: Ridley Scoot
Produção: Twentieth Century Fox
Ano: 2015
Duração: 144 minutos
Filmow | IMDb
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Perdido em Marte de Andy Weir

Não vou mentir que a vontade real de ler Perdido em Marte de Andy Weir aconteceu depois de assistir boa parte da adaptação um certo dia na TV. Como o livro estava nos planos e metas eu desisti de saber o final para começar a história original com alguma dose de surpresa. Resumindo: gostei de ambas experiências. Na publicação anterior falei sobre o enredo de Andy Weir e hoje é dia de trocar uma ideia sobre a adaptação de Ridley Scott.

O ponto de partida das duas versões é o mesmo: um acidente na superfície de Marte faz com que o grupo da Ares 3 aborte a missão para conseguir usar o módulo terrestre para acessar a nave em órbita antes que a tempestade de areia destrua tudo. Durante a evacuação Mark Watney é atingido por destroços da base e arrastado para longe. A morte é dada como certa e apesar de ressalvas a tripulação segue o plano. Tempo depois, ao acordar e entender o que aconteceu, o botânico e engenheiro do grupo percebe que está completamente sozinho em Marte.

Devo dizer que adorei o visual do filme. Tudo pareceu autêntico e sem exagero, muito realista, e ressalto isso no início da opinião porque eu detesto filmes de ficção científica e fantasia com efeitos especiais ruins. Ridley Scott acertou ao trazer a narrativa para o cinema de forma tão pessoal como é no livro com os diários de bordos de Mark Watney, que no filme funcionam como uma espécie de vlog, para falar na linguagem do milênio. 

A escolha de Matt Damon para viver Mark Watney foi sensacional porque o ator soube incorporar as principais características do personagem nas telas, desde o comportamento sistemático, até o humor ácido e sombrio, e também manteve a essência do astronauta do livro, muito do que me fez continuar na história apesar do bombardeio de informações científicas.

Sem dúvida com os recursos visuais do filme é mais fácil entender muitas informações científicas que no livro eu tive certa dificuldade, principalmente por não ter aprendido o básico na escola e a própria jornada de Mark Watney em desmontar e remontar equipamentos, a inventividade científica que eu tanto gostei no livro também estão presentes no filme. A participação da Nasa na adaptação também me pareceu mais presente e gostei demais de ver a tripulação da Ares 3, ainda em missão, precisando lidar com a situação. No livro eu não tive tanta empatia pela tripulação.

Meu grande porém com a adaptação foi o recorte de informações. Muitos trechos relevantes do livro são suprimidos, o que acontece com frequência em filmes baseados, mas o sentimento geral é que a jornada de Mark Watney pareceu mais fácil do que realmente foi. Talvez algumas adversidades importantes deveriam ter sido incluídas, e no geral é um bom filme, e que certamente desperta curiosidade naquelas pessoas que não gostam tanto de exploração espacial. Minha nota no Filmow foi de 3,5 estrelas. Vocês já assistiram Perdido em Marte?

Assista ao trailer de Perdido em Marte

Vídeo de opinião publicado no canal do Estante da Nine


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Fotos: IMDb/ Divulgação

10 de agosto de 2018

3 motivos para assistir O conto da aia

A lista de hoje é para exaltar de pé uma série que virou favorita quando eu nem tinha intenção em parar para assistir: O conto da aia (The Handmaid's Tale, no original). Eu ainda não li o livro de Margaret Atwood que deu origem a essa adaptação, mas sem dúvida vou incluir na minha lista de desejos porque a história me prendeu do início ao fim e foi impossível esquecer até concluir toda a temporada de estreia.

Lançada originalmente na plataforma Hulu , a primeira temporada de O conto da aia tem 10 episódios. Exibida no Brasil com exclusividade pelo Paramount – a série entrou na minha vida em um dia aleatório, talvez há dois ou três meses, quando trocando de canal me deparei com a adaptação na televisão. Em pouco mais de 10 minutos eu estava vidrada e querendo mais da história. Por isso, e já que o Paramount anunciou a segunda temporada para 2 de setembro, aí vão três motivos para incluir a série na lista de opção para o final de semana (e a vida).



1. CONTEXTO SOCIAL E POLÍTICO
A primeira impressão é estranheza. A sociedade apresentada na história pautada por uma religião severa e a falta de direito das mulheres, dominação dos homens e falta de individualidade para aquelas que ainda podem ter bebês parece distante do que vivemos agora, um tempo marcado pela luta feminista. No entanto, conforme a série avança e os episódios revelam a trama, é assustador como algumas ideias se aproximam demais do dia a dia de qualquer pessoa, como a estrutura social dominante favorece poucos e como muitos dos personagens estão condicionados a viver uma vida de aceitação e até agradecimento, mesmo que seja pelo mínimo. Através de flashbacks a história dos personagens é contada entre passado e presente que mostram a diferença de vida e como cada um se adaptou a nova política. Esse é o ponto principal da adaptação e para quem gosta de discussões sociais e histórias distópicas é motivo suficiente. E tem mais.

2. OFFRED
Fazer uma lista de recomendação de O conto da aia e não exaltar a protagonista Offred, ou melhor, June – seria uma injustiça. A personagem, e gancho para a incrível Elisabeth Moss que a vive na adaptação, é muito do que faz com que o telespectador continue na história. Não apenas porque é forte, mas também é curiosa, atenta, espera, perspicaz e até ousada. Procura o máximo de informações, entender o maior número de pessoas e interpretar como, e se, pode sair da situação de escrava sexual de alguma maneira. A cor, os ângulos, a fotografia, as expressões faciais são essenciais para a interpretação da série, a história funciona como um todo, um ponto extra para a produção.



3. AIAS/ MULHERES
Offred/ June é a protagonista e figura que conduz o telespectador por esse novo mundo, mas todas as aias, tias e mulheres são importantes para contar a história. Pelas perspectivas distintas, pelos sentimentos contraditórios de cada uma, como parte de organizações e símbolos que embora sejam acima das aias, não são livres. Aliás, a própria existência das aias é um assunto que valeria a recomendação da série, porque embora mascaradas de salvadoras do mundo, já que têm a chance de gerar bebês, não tem qualquer outro direito ou oportunidade além daquele de ficar disponível para seu dono. Em tantos níveis esse debate é importante, de novo em tempos de luta feminista, legalização do aborto, feminicídio e abusos de todas as maneiras, as mulheres de agora, mesmo que de outra maneira, vivem em prisões como as aias da série.



O conto da aia foi outra daquelas séries que assisti sem planejar e até sem intenção, mas que foi fundamental para pesar questões importantes, em ano de eleição, em ano de sociedade brasileira e mundial complicada e de ânimos exaltados. Em 1985 quando Margaret Atwood lançou o livro a história causou impacto e tempo depois continua conversando de forma atual e assustadora com uma sociedade, a nossa sociedade, que precisa muito para evoluir. Já assistiu O conto da aia?

Beijos!

Fotos: IMDb

20 de maio de 2018

3 motivos para assistir Anne with an E

Há alguns dias estou pensando em escrever sobre Anne with an E aqui no Estante da Nine e adiei por não saber bem como começar essa indicação. Por isso mesmo, e no maior estilo diário, aí vai: eu não assisto séries novas. O que é bizarro porque durante toda a faculdade, por exemplo, com a rotina bem apertada, eu assistia semanalmente a uma lista grande de seriados e programas de televisão, mas isso mudou. 

Acontece que dia desses em abril (ou final de março?), navegando na Netflix eu vi a capa de Anne with an E, não li nada sobre a série - nem sinopse, nem opinião - e pensei: "Deve ser algo leve e descontraído, vou assistir." Me enganei completamente e provavelmente por isso eu gostei tanto da adaptação da história de L. M. Montgomery - Anne de Green Gables, que inclusive baixei o ebook em inglês disponível para download gratuito (baixe aqui) na Amazon há alguns dias e também espero gostar da história original.

Na dúvida entre comentar sobre a série no formato de resenha ou lista, optei pelo segundo principalmente para não entregar detalhes demais da primeira temporada, já que quando sento para escrever sobre algum tema com a intenção de sintetizar tudo em quatro parágrafos termino em 10. Anne with an E - apenas Anne na versão original para o Canadá - foi distribuída mundialmente pela Netflix e renovada para uma segunda temporada que sai esse ano. O próximo comentário sobre a série, se acontecer, aí sim deve ser mais extenso e com teorias, mas por enquanto vamos com meus pontos preferidos.

1. PROTAGONISTA
A série começa com dois paralelos: a alegria de Anne por finalmente ter sido adotada, e toda a apresentação da personagem que deixa claro que apesar da vida sofrida em orfanatos e casas nada boas, ela mantém a esperança, alegria e sonhos vivos, e o drama do engano, de chegar a Green Gables e descobrir que os irmãos Matthew e Marilla Cuthbert na verdade esperavam por um garoto. O drama inicial da série sem dúvida é o mais marcante diante dos vários momentos tensos vividos pelos personagens no decorrer da primeira temporada e sem dúvida foi encantador e assustador conhecer a nova família com Anne. Torci muito pela personagem desde o primeiro momento e tenho certa dificuldade de ter empatia com personagens crianças ou jovens.

2. FAMÍLIA E DRAMAS PESSOAIS
Eu demorei algum tempo para entender os irmãos Cuthbert, cheguei a pensar que seria impossível para Anne continuar com eles, mas a medida que fatos sobre Marilla e Matthew são apresentados, principalmente acontecimentos do passado que são mantidos em segredo, o caminho se abre para uma nova interpretação do estilo fechado e sisudo dos dois. A família é um desafio para qualquer pessoa e um dos pontos altos da série é mostrar como uma menina ruiva, leitora, apaixonada pela vida e até inconveniente - que já viu muita coisa ruim, transformou Green Gables para sempre. 

3. ÉPOCA E SOCIEDADE
Quem acompanha o Estante da Nine talvez deve ter me visto comentar algumas vezes que adoro histórias de época e esse, é claro, é m dos motivos por ter gostado de Anne with an E. Além disso, a sociedade retratada na série deixa claro que nem mesmo para uma criança é fácil se adaptar e que os julgamentos acontecem da mesma forma que para um adulto. Talvez o grande drama de Anne não seja conquistar Cuthbert, mas sim fazer parte daquele local como uma igual e não uma aberração, como ela é vista e também se vê por boa parte da primeira temporada. 

Anne with an E foi uma adorável surpresa desse primeiro semestre de 2018 e me motivou a acrescentar outras série novas ou recentes na lista do "vou assistir". Minha nota para a produção foi de 4,5 no Filmow (vocês também podem conferir opiniões no IMDb), e só não ganhou nota máxima porque o final me deixou dividida, mas para evitar spoilers aqui na publicação vamos trocar mais ideias e teorias sobre o fechamento da primeira temporada nos comentários.

Recomendo a série para quem gosta de histórias de época, dramas, protagonistas marcantes e sociedade. Com poucos episódios, Anne with an E foi um seriado que assisti aos poucos, os episódios distribuídos durante alguns dias, e também é perfeita para quem gosta de maratonar (coisa que inclusive penso em fazer antes de assistir a segunda temporada). Já assistiu a série ou ficou interessado em conhecer? Compartilhe opinião nos comentários.

Beijos!

Fotos: IMDB/ Divulgação

25 de março de 2018

Aniquilação – dirigido por Alex Garland



Aniquilação
(Annihilation)
Direção: Alex Garland
Produção: DNA Films, Paramount Pictures
Ano: 2018
Duração: 115 minutos
Filmow | IMDb
 Disponível na Netflix

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Aniquilação de Jeff VanderMeer

Eu li Aniquilação de Jeff VanderMeer em 2015 e é a única história de new weird da minha coleção. Mesmo com estranheza por boa parte do enredo, como o próprio gênero sugere, no fim das contas eu adorei o livro e quando anunciaram o filme eu fiquei empolgada, logo imaginei uma adaptação de ficção científica toda diferentona. E de fato é mais ou menos isso, mas não exatamente como eu imaginei (ou gostaria).

Para começar esse comentário sobre o filme devo deixar explicado que não pude fazer comparações específicas com o livro, já que são três anos de intervalo. Mesmo assim muita coisa na adaptação me causou estranheza, acontecimentos e situações que eu não lembro na história original, então para os leitores que conferiram os dois enredos com pouco tempo de intervalo, por favor, comentem as diferenças para estendermos o debate.



Aniquilação acompanha uma expedição de quatro (cinco) especialistas a uma área restrita do que antes foi uma parte dos Estados Unidos. Existe muito mistério envolvendo esse território abandonado e o que teria acontecido ali durante décadas. O Comando Sul, governo do local, não explica com detalhes o objetivo da missão e durante todo o filme pairam dúvidas sobre o tipo de finalidade real que está por trás da experiência.

A narrativa fragmentada poderia dar uma dinâmica gigantesca ao filme, mas a sensação é de que não aconteceu. Mesmo intercalando cenas de passado e presente o roteiro parece não evoluir ou sair do lugar, tudo é muito lento, muito incerto e só uma personagem é que verdadeira mente conta para o enredo. O drama, que no livro parece muito mais psicológico para todos os aspectos da vida, no filme fica limitado ao dilema do relacionamento da protagonista.

O conflito de personalidades durante a expedição é um dos pontos que gosto do filme, embora pareça ter passado rápido. A Área X visualmente não ficou próxima do que imaginei durante a leitura, mas mesmo assim dá ideia do que a história remete: algo desconhecido que influenciou tudo que é vivo, orgânico, naquela área. Ao invés de animais gigantes eu imaginei insetos peculiares e plantas interativas. 




Provavelmente meu elemento favorito da história seja a sensação de opressão, medo e incerteza das personagens durante o tempo que passam na Área X. A medida que o local é explorado, indícios das expedições passadas e segredos são revelados e as especialistas descobrem coisas que preferiam não ter descoberto. Esse foi o ponto mais próximo da história original pelo que lembro do livro.

No geral eu gostei de Aniquilação. Não foi a adaptação que eu esperava, mas é um filme peculiar de ficção científica. Falta um grande momento na história, um acontecimento realmente marcante que o roteiro promete, mas não entrega, ainda assim todo visual, ideia e diversidade da história me deixaram com a sensação de que valeu a pena, não foi tempo perdido. Minha nota para Aniquilação dirigido por Alex Garland foi de três estrelas no Filmow. Vocês já assistiram?

Assista ao trailer de Aniquilação

Beijos!

Fotos: IMDb/ Divulgação

28 de novembro de 2017

TOP 3: filmes favoritos de Harry Potter

Há um ano, em novembro de 2016, eu comecei o Especial Harry Potter no Estante da Nine com o objetivo de comentar mais sobre a incrível saga escrita por J.K. Rowling, já que li os livros em momentos diferentes e nunca fiz resenhas ou vídeos para comentar mais sobre a história por aqui ou no canal. Já organizei listas com os meus 3 livros favoritos e os meus 5 personagens preferidos, e hoje o TOP 3 é sobre as adaptações para o cinema.

Em 3º lugar está Harry Potter e a pedra filosofal, história que apresenta a saga do bruxo aos telespectadores e que me traz uma nostalgia incrível. Até hoje é uma das adaptações da série que eu mais assisto e a emoção de conhecer os alunos e a escola pela primeira vez é sempre a mesma. Mesmo com alguns efeitos especiais já ultrapassados, o filme não perde em criatividade, emoção, comédia e drama. Adoro!

O 2º lugar do meu TOP 3 adaptações é Harry Potter e as relíquias da morte - parte 2. No geral, assim como escolhi a Pedra filosofal pela apresentação, acredito que o 8º filme encerre bem a saga do personagem nos cinemas; tanto porque finaliza as principais histórias e dilemas apresentados ao longo dos livros (e filmes), como também mantém o clima sombrio, menos infantil e mais adulto que a saga tem nos episódios finais. É claro que algumas coisas ficam de fora, mas no geral está tudo ali e fiquei contente por ter sido um bom encerramento!

O topo da lista de filmes, que é também o meu livro favorito, está Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban. Alguns dos meus personagens favoritos ganham destaque a partir desse trecho da história, além de retratar a mudança da infância para a adolescência de Harry, Hermione e Rony, e como isso afeta a vida de cada um, o relacionamento com os amigos na escola e com a família. A viagem no tempo sem dúvida é um dos pontos altos da história, bem como a apresentação de personagens diversos do mundo bruxo.

Eu adoro todos os filmes de Harry Potter e organizar essa lista teve seus desafios. Não usei como critério para escolher minhas adaptações favoritas a fidelidade em relação aos livros, mas as histórias que eu mais gosto de acompanhar na versão cinematográfica, as que mais me trazem entretenimento, emoção e envolvimentos com as histórias. Qual é o TOP 3 filmes de Harry Potter de vocês?

Assista o TOP 3 versão vídeo publicado no canal

Beijos!

25 de outubro de 2017

Na época do ragtime - dirigido por Milos Forman




Na época do ragtime
(Ragtime)
Direção: Milos Forman
Produção: Dino De Laurentiis Company
Ano: 1981
Duração: 155 minutos
Filmow | IMDb

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Ragtime de E.L. Doctorow

Que eu viciei na trilha sonora de Na época do ragtime (apenas Ragtime no original), vocês já sabem, então para fechar meu ciclo com essa história tão marcante hoje vou compartilhar no Estante da Nine como foi a experiência com o filme, dirigido por Milos Forman. Antecipo que vale a pena assistir, mas sem dúvida a história do livro é mais rica e completa.

No filme, assim como na obra de E.L. Doctorow, o roteiro acompanha três famílias e alguns outros personagens secundários que também são representativos no decorrer na trama. A diferença é que a adaptação é mais recortada e o contexto e as conexão que fazem com que todos se interliguem não é tão explorada e nem tão explicada. Não cheguei a considerar os personagens fúteis, mas alguns parecem mais incompreendidos que outros. 

Diferente do livro que dá um bom espaço para cada uma das famílias, o filme centra a ação em duas delas, que se ligam por um fato trágico e que têm caminhos diferentes e com consequências severas, mais chocante que a situação que os interligou. O racismo, o orgulho, o poder, tudo isso é bem representado no filme de Milos Forman. O drama presente em cada um das famílias também.

Assim como no livro, o roteiro utilizou bem os aspectos históricos e o cenário urbano da Nova York do início do século XX para enriquecer o contexto e o pano de fundo da história. Inclusive eu gostei mais desse elemento na adaptação, que além de ter o recurso visual como principal diferencial, torna esses momentos mais dinâmicos. Certos trechos no livro foram enfadonhos.

É incomodo acompanhar como a vida de certos personagens é desgraçada por atitudes intolerantes ou provocativas. Na época do ragtime consegue retratar com clareza como era a realidade da elite dominante, em contrapartida com a discriminação racial contra negros e imigrantes e o que isso acarretava no dia a dia, nas condições de vida e trabalho. A terra das oportunidades na verdade impôs verdadeira luta pela sobrevivência entre os que não eram abastados. 

Um ponto negativo na adaptação é que eu não gostei do personagem masculino escolhido como de primeiro plano. Principalmente porque no livro ele é mais complexo do que apresentado no filme, e também porque Coalhouse Walker Jr. (foto acima) rouba a cena e o outro de jeito nenhum deveria estar ao lado dele. Além disso, outro personagem masculino que merecia destaque foi mau aproveitado na trama.

Uma personagem feminina extremamente importante no livro foi deixada de fora e com ela toda uma mensagem, mas de uma forma geral as outras duas protagonistas representam mulheres opostas e que na mesma proporção se decepcionam com os homens. Sem dúvida a época retratada no filme ao mesmo tempo que é repleta de excessos é dominada por preconceitos e isso é visto no decorrer dos 155 minutos. 

Apesar de não ser uma adaptarão favorita, é um bom filme. O visual, os cenários, a trilha - sonora que já recomendei no blog e o figurino, que estou apaixonada, são alguns dos méritos da direção de Milos Forman. Também é uma ótima alternativa para conhecer a história de E.L. Doctorow e assistir a um filme de época. 100 anos se passaram e tudo que é discutido na história é extremamente atual, então vale a dica, né? Vocês conhecem Ragtime?

Beijos!

Fotos: Divulgação

23 de outubro de 2017

A incrível trilha sonora de Ragtime

Ragtime de E.L. Doctorow chegou na minha estante no mesmo dia que encontrei uma edição da coleção Grandes Sucessos da Abril Cultural no sebo. Pouco tempo depois, também motivada pela nova versão lançada pelo clube de assinaturas TAG - Experiência Literárias, eu resolvi tirar a história da estante e ler, e de lá para cá tive algumas boas surpresas envolvendo Ragtime. O título do post entrega, não é?!

Antes de escrever sobre o livro e também sobre a adaptação dirigida por Miloš Forman (assina o feed para receber as atualizações por e-mail e saber quando tudo isso estará no ar), eu resolvi compartilhar algo diferente por aqui. Algo que só recentemente, e por assistir muitos filmes de época, eu me apaixono cada vez mais: trilha sonora. Eu nunca fui atenta a isso, confesso, mas é impossível ignorar a bela trilha de Ragtime composta por Randy Newman.

O que eu mais gostei sobre a trilha de Ragtime é que ela realmente conseguiu me transportar para a época em que se passa o livro e o filme, aspecto que tive certa dificuldade no início da leitura e teria me ajudado imensamente ouvir essa seleção quando comecei a história de E.L. Doctorow. Outro ponto interessante é a variação de ritmo e intensidade, como algumas músicas são sinistras, outras animadas e outras ainda dançantes, perfeitamente de acordo com os vários momentos da adaptação.

Infelizmente eu não encontrei todas as informações sobre a trilha sonora em uma fonte confiável, mas usei como referência um vídeo no Youtube (incorporado abaixo), com as músicas do CD e também a lista de canções compostas por Randy Newman para Ragtime, resultado da pesquisa do Google. Então antes de conversamos sobre livro e filme, vamos entrar no clima das primeiras décadas dos anos 1900?

Trilha sonora de Ragtime disponível no Youtube

TRILHA SONORA (lista do Google)
  1. Main Title
  2. Newsreel
  3. I Could Love a Million Girls
  4. Train Ride
  5. Tateh's Picture Book
  6. Lower East Side
  7. Delmonico Polka
  8. Coalhouse and Sarah
  9. Waltz for Evelyn
  10. One More Hour
  11. Sarah's Responsibility
  12. Change Your Way
  13. Clef Club No. 1
  14. Atlantic City
  15. Clef Club No. 2
  16. Sarah's Funeral
  17. Denouement
  18. Ragtime
  19. Ragtime Theme

Beijos!

7 de outubro de 2017

A cor púrpura - dirigido por Steven Spielberg



A cor púrpura
(The Color Purple)
Direção: Steven Spielberg
Produção: Amblin Entertainment
Ano: 1985
Duração: 154 minutos
Filmow | IMDb
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A cor púrpura de Alice Walker

Durante a leitura de A cor púrpura de Alice Walker eu já me perguntava como seria o filme. As indicações do livro são sempre muito entusiasmadas e a adaptação não fica atrás. O enredo original entrou para a lista de leituras favoritas do ano e a versão de Steven Spielberg, a segunda que comento esse ano no blog, também ganhou um lugar especial entre as adaptações literárias preferidas.

Assim como no livro a história acompanha Celie, uma jovem negra moradora da área rural do sul dos Estados Unidos no início dos anos 1900. Na adaptação, diferente da história original que é contada através de cartas, o roteiro se desenvolve a partir de trechos narrados pela personagem enquanto os acontecimentos principais dominam as cenas do filme. Em muitos aspectos é mais fácil se identificar com a protagonista e entender o contexto histórico através da adaptação, mas as cartas guiam o roteiro do filme como o enredo do livro.

Steven Spielberg consegue contar uma história fiel dentro das possibilidades de uma maneira sensível e sem ocultar os acontecimentos importantes que compõem a obra original de Alice Walker. Logo nos primeiros minutos de A cor púrpura temas como pobreza, abuso, racismo e machismo são apresentados e a partir daí acompanhamos uma adolescente que desde cedo precisou lidar com um padrasto abusivo, uma mãe negligente e uma irmã mais nova sempre ameaçada pelo estupro

Enquanto no livro a fase inicial da vida de Celie me pareceu mais difícil, sofrida e marcante, no filme eu fiquei mais impressionada com o rumo da personagem após seu casamento principalmente porque ficou claro que além de aceitar um marido que a queria apenas como servente, Celie terá que lidar com uma família e crianças que não são suas. Durante todo relacionamento Senhor desdenha de Celie, mas a vida tem surpresas e como na história de Alice Walker a adaptação de Steven Spielberg transborda um tanto de esperança.

No filme a transformação de Celie me pareceu mais gradual e me conectei mais com ela na versão de Steven Spielberg. No livro eu tive dificuldade de enxergar o ponto de virada quando as primeiras pistas surgiram e depois de algum tempo é que eu comecei a ver uma saída, alguma esperança para a vida da protagonista e sua família. Na adaptação o empoderamento de uma mulher para outra também é significativo, principalmente se considerarmos a época e o local (e como tragicamente isso parece se repetir em todas as culturas por todo mundo). Em certo ponto as coisas começam a melhorar para Celie e quem assiste pode respirar um pouco mais aliviado.

Eu gostei muito do filme de Steven Spielberg embora ele reduza vários trechos da obra. A escolha do elenco, o cenário, a semiótica por trás de alguma cenas, tudo foi muito digno do livro, sabe? Eu sei que adaptações literárias são controversas, mas neste caso eu acho que filme e livro conversam bem, estão em harmonia, e retratam o tipo de história com temas que até hoje são tabus e que por isso mesmo precisam ser debatidos. É claro que eu recomendo A cor púrpura. Vocês já assistiram?

Beijos!

Fotos: Divulgação
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