O arquiteto do esquecimento
Qual parte da vida você gostaria de apagar?Autor:
Marcos BulzaraEditora:
Life EditoraEdição:
2009Páginas:
470|
SKOOB |
Conheça a impressionante história de Doran Visich. Ele sobreviveu milagrosamente aos campos de concentração nazistas e transformou-se no gênio por trás da maior criação da indústria farmacêutica mundial: uma droga capaz de apagar a memória humana. Mesmo depois de vencer inúmeras barreiras, ganhar milhões e conquistar posição de destaque no mundo da ciência, ainda existe uma culpa que o prende ao passado e o impede de ser feliz. Até o dia em que ele finalmente conhece a verdade que buscou por mais de cem anos! O Arquiteto do Esquecimento revela uma trama visceral e emocionante. Você será arrebatado numa história de ódio e perdão; de perseverança e resgate; de esperança e salvação.
Singular é a palavra que melhor descreve o livro de Marcos Bulzara levando em conta tudo o que já li até hoje. Além de intenso. Muito intenso.
Em O arquiteto do esquecimento conhecemos a história de vida (e que vida) de Doran Visich. A melhor maneira de conduzir esta resenha é a dividindo pelos períodos da vida deste personagem incrível, o que não é fácil, já que a narrativa é atemporal e fez com que o livro ficasse muito mais interessante. Mas, vamos começar...
A infância de Doran foi simples e cheia de significados. O que mais marcou neste trecho do livro foi a relação com sua irmã, descrita de uma forma tão profunda, que é quase impossível imaginar a vida de um sem o outro. Até que a primeira grande reviravolta acontece na família Visich: a chegada das tropas nazistas. Outro ponto interessante foi a maneira como Bulzara descreveu a relação de uma pequena comunidade do interior da Polônia e seus moradores, que mesmo sabendo da guerra, achavam improvável que as tropas alemãs fossem dar atenção aquele pequeno pedaço de mundo.
Doran não teve como escapar. Foi capturado e levado aos campos de concentração. Começa então outro momento intenso do livro, com as passagens de todo sofrimento que aconteceu durante a Segunda Guerra. É como se o leitor estivesse no local da execução, no dormitório fétido ou vendo companheiros de prisão sendo mortos pela sagacidade e diversão de alguns soldados. No entanto, embora o medo fosse o sentimento de dominação na cabeça de Doran, nos momentos decisivos, o garoto encarou (literalmente) de cabeça erguida seus opressores. O que foi decisivo para que saísse vivo da guerra. Destaco isso porque a condução do texto foi perfeita para que desse sentido real as situações descritas, sem parecer forçado ou heroico.
Outro ponto interessante conduzido pelo autor foi a inteligência de Doran. Desde a infância o garoto já se destacava, ganhou espaço no campo de concentração através dela, libertou-se da guerra graças a sua esperteza, mas também foi por ela que sua vida teve muitos momentos marcantes, nem sempre positivos. E foi determinante para o desfecho final.
Poderia escrever muito mais sobre o livro, mas certamente estaria contando momentos decisivos, e ninguém gosta de spolier. Doran tinha certas manias e entre elas estava a implicância com sua marca, o número tatuado em seu braço quando chegou ao campo de concentração. Por certos momentos achei a analogia tão forte, que é impossível não pensar sobre todas as vidas perdidas em guerras. Contudo, a ciência, a ação e as relações humanas também são fortes no livro. Uma indicação para todos os tipos de leitores.
Beijos!
* não consegui pensar em nenhuma música ou clipe que pudesse relacionar com o livro. Meu trecho preferido do livro está no
Tumblr.