Oi gente, tudo bem? A primeira vez que pensei neste post anotei ideias que mais eram um relato da minha vida, uma biografia, do que o tema principal. Cheguei a comentar nas redes sociais (
Facebook e
Twitter) que eu tinha muita vontade de compartilhar minha experiência com os leitores do
Estante da Nine mesmo que o tema pareça em um primeiro momento contraditório.
O tema principal da página são os livros (filmes e séries ainda estão engatinhando), e acho importante que cada leitor tenha sua biblioteca de acordo com seus gostos e preferências. Mas depois de passar por algumas situações, que vou descrever logo mais, percebi que estabelecer um limite é fundamental para poder aproveitar de forma plena tudo o que os livros e a leitura podem oferecer.
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Fotos: Nine Stecanella
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Uma pequena leitora
Eu aprendi a ler e a escrever antes da escola, entre os quatro e cinco anos. Na época, por questões de regras, só pude começar o pré (hoje 1º ano) com seis anos completos. Como meu aniversário é em dezembro eu sempre tive aquela neurose de que se algum dia eu reprovasse ficaria atrasada na escola. Exatamente por isso, mesmo capengando no ensino médio (fui uma boa aluna até a 5ª série, meu último ano no turno da tarde), nunca reprovei. Sempre estudei em escola estadual e na universidade, ganhei uma bolsa do ProUni.
Talvez os objetos mais antigos da minha coleção relacionados com leitura sejam meus quadrinhos da Turma da Mônica. Não são muitos, mas foram tão lidos que estão em pedaços. Um dia, quando o escritório estiver pronto e eu reorganizar tudo, fotografo e mostro para vocês. Eu sempre gostei de revistas, desde criança. Um hábito que mantenho até hoje, mas confesso, estou relapsa com as leituras das publicações. Infelizmente tive que doar quase tudo porque minha família sempre se mudou muito e cada casa de tamanho diferente significava sacrifício. Quando me mudei para meu apartamento (com o Rodrigo), a caixa d'água do prédio transbordou e lá se foi quase toda minha coleção de revistas dos últimos 10 anos.
E com os livros, como tudo começou?
Quando criei meu blog pessoal (atualmente o Estante da Nine, já que os anteriores eram com uma amiga), em 2009, minha coleção estava começando. Claro que eu já tinha livros, mas logo depois descobri as maravilhas de se comprar pela internet. Na época, Saraiva e Submarino faziam boas promoções e com certa frequência. Depois de um tempo, a Saraiva mudou o foco das ofertas.
Entre metade 2009 e o final de 2011 eu comprei muitos mais livros do que seria capaz de ler e ainda tenho opções para uns três, quatro anos. Sem brincadeira, já fiz a loucura de gastar R$250, R$300 em livros e na época ganhava de salário no estágio R$400. Mas tudo estava ok. Qualquer parte da casa da minha mãe tinha livros e existia o perigo de abrir uma porta e morrer soterrada por uma pilha de romances.
O primeiro problema
Obviamente não precisa ser gênio para imaginar que o primeiro obstáculo que enfrentei foi o endividamento no cartão de crédito. Eu perdi tanto dinheiro negociando e pagando juros que jurei (até ficou com cara de trocadilho) que JAMAIS perderia o controle novamente. Todas as coleções em superpromoções e os livros a R$10 saíram, no final das contas, pelo valor de livraria física. Por isso, minha primeira dica é: se a promoção é incrível pondere quais títulos vocês quer ou são prioridades. Depois de 15, 20 dias a oferta volta, muitas vezes melhor, e você não precisa fazer a mesma besteira que eu: comprar mais do que pode pagar.
Os parceiros
Quem me acompanha há mais tempo sabe que parceria sempre foi um assunto delicado por aqui. Eu ficava muito indignada quando as seleções aconteciam e o Estante da Nine não estava lá. Mas depois de amadurecer em outros aspectos relacionados ao blog, comecei encarar de forma mais tranquila. O meu problema era o Estante da Nine não ser escolhido mesmo quando estava dentro das exigências e não de que A ou B passou. Claro, sempre acontecem as incoerências, mas deixei isso para lá.
Hoje o blog é bem maior do foi lá no começo, em 2009. Os livros de parcerias aumentaram a fila e causaram um certo caos. Antes que alguém me pergunte, sim, meu sonho é trabalhar com o blog. Eu conseguiriam aliar minha formação de jornalista ao meu hobby preferido. Mas o caminho é longo e ainda não estou nem perto. Até porque comercialmente o Estante da Nine não tem apelo. Publieditorial para resenha não me chama atenção e financeiramente eu prefiro anunciantes, mas isso é outro assunto... O fato é que com mais parceiras, chegam mais livros, a fila aumenta, e comecei a me pressionar mais. Resultado: infinitas ressacas literárias.
O segundo problema
Eu comecei a perceber que minha paixão por livros estava um pouco descontrolada e nada saudável quando iniciei a mudança no ano passado. Eu fiz tantas viagens, mas tantas viagens, por quatro andares de escadas que pensei em desistir. Essa foi a primeira vez que visualizei todos os meus livros fora de estantes e armários. Mas um segundo fato, ainda mais desesperador, meu deixou mais nervosa: a quantidade de livros não lidos. Claro que alguns títulos eu paguei super barato que apesar do tempo estacionado na estante, valeram a pena (falando no achismo, especialmente de gêneros que gosto). Mas pude perceber na mudança a quantidade de livros que comprei por impulso.
Além disso, eu tinha muito apego pelos livros e não conseguia me desfazer deles. Contudo, depois de pensar bem, fiz algumas trocas no Skoob e vendas em sebos. Escolhi todas as séries que tinha a intenção de continuar e minhas compras neste ano seriam com o objetivo de completá-las. Como em 2012 eu estava montando minha casa, ele passou quase em branco no quesito compras relacionadas a livros (e todo resto).
Eu resolvi compartilhar minha situação com vocês porque acredito que muitos leitores, ou novos leitores, passa por dilemas parecidos. Lógico que sinto vontade de comprar livros, filmes e séries todos os dias. Mas me impus uma regra: procurar ler mais livros, comprar menos, e diminuir essa diferença. Assim, quando as duas pilhas estiverem equilibradas, eu volto a comprar com mais intensidade, sempre respeitando um limite.
Analisando a situação, muitos livros que estava super empolgada para ler quando comprei já estão há três anos ou mais parados na estante. Muitos eu perdi o interesse. Outros eu namoro vez ou outra, sempre que reorganizo minha coleção. Tenho mais ânsia por ler do que comprar e espero que permaneça assim por tempo suficiente para que minha coleção seja mais valorizada (por mim mesma).
Hoje eu compro livros eventualmente (até porque ajudar a sustentar a própria casa não é fácil), mas estou seguindo minha proposta de completar as série e comprar apenas títulos que tenho curiosidade de ler verdadeiramente.
Beijos!