12 de janeiro de 2020

Marnie: confissões de uma ladra - dirigido por Alfred Hitchcock




Marnie: confissões de uma ladra
(Marnie)
Direção: Alfred Hitchcock
Produção: Alfred J. Hitchcock Productions
Ano: 1964
Duração: 130 minutos
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O ano começa com Desafio livros e seus filmes no Estante da Nine. Ou quase isso. Finalizei a leitura de Marnie do autor Winston Graham nos últimos dias de dezembro, comentei sobre a história no blog na primeira semana de janeiro e chegou a hora de escrever sobre a adaptação de Alfred Hitchcock. Por esse combo final de 2019, início de 2020 eu abro os trabalhos do projeto por aqui com a expectativa de comentar sobre muitos livros e suas adaptações, seja para cinema ou televisão.

Apesar de abordarem alguns dos mesmos temas, o enredo de Winston Graham e a direção de Alfred Hitchcock seguem por caminhos diferentes. A história apresenta Marnie, uma jovem e eficiente secretária e contadora que após alguns meses de trabalho rouba a empresa e desaparece. A história original é na Inglaterra e a versão para o cinema nos Estados Unidos, e essa mudança resulta em diferenças culturais.

Marnie começa então em uma nova cidade e conhece Mark, dono da empresa onde procura por trabalho. Impressionante na entrevista, a jovem consegue a vaga de emprego e começa então um relacionamento conturbado entre um casal. Mark desvenda o segredo de Marnie e a chantageia para começarem uma relação. É isso ou a prisão, então ela aceita e trilha um caminho perturbador até descobrir segredos do passado.


Alfred Hitchcock compacta o núcleo de personagens e faz algumas mudanças significativas nas figuras secundárias. No livro Mark e Marnie moram sozinhos, com a mãe de Mark eventualmente presente, amizade com alguns vizinhos e um quase triângulo amoroso com um sócio da empresa. Já no filme o casal mora na mansão da família com o pai de Mark e a ex-cunhada do protagonista. Marnie vive reclusa e suas aventuras sozinhas são inexistentes no filme. A vantagem das mudanças no roteiro é que a história ficou dinâmica e envolvente, já comentei por aqui e nos vlogs de leitura que demorei meses para concluir o livro.

Os recursos visuais e sonoros são essenciais para entender que Marnie tem um trauma severo de algum acontecimento do passado. No livro esse é um tema relevante e na adaptação ele é o ponto principal, todo o mistério do roteiro é pautado pelo fato, também diferente do livro, mas coerente com o enredo do filme. Focar em alguns tópicos principais trouxe ao filme uma dinâmica mais interessante que o livro (ou parte do livro).


Assim como no livro, no filme é a característica dramática que prevalece, o suspense, o mistério e o romance, não exatamente no sentido romântico, mas com a evolução da proximidade entre Marnie e Mark e como ele tenta, de todas as maneiras, descobrir o trauma da personagem. No livro existe a presença de um psiquiatra, mas no filme Mark é quem propõe debates e testa a mente de Marnie, que no geral foi uma protagonista muito próximo daquilo que imaginei durante a leitura. O Mark do filme é mais espirituoso a atrevido do que o da história original, que não simpatizei. A amizade de Marnie e o cavalo Forio é essencial em ambas versões.

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A aversão de Marnie pelo contato íntimo com os homens é tratado no filme e tem relação com o segredo do passado, ainda quando era criança. Já no livro o debate segue por uma estrada diferente. Alfred Hitchcock liga os traumas familiares a personalidade problemática de Marnie e dá ao filme um sentimento de empatia, de que tudo está interligado e certos comportamentos podem ser vencidos e superados.


Ambas experiências com Marnie foram excelentes, apesar da leitura do livro ter se arrastado por algum tempo. Já a versão de Alfred Hitchcock é enxuta, dinâmica, a história se desenvolve de forma rápida, e embora alguns momentos pudessem ser mais trabalhos, no geral as escolhas do roteiro seguiram os mesmo temas principais propostos por Winston Graham. Recomendo Marnie para quem gosta de drama e histórias com embate de personalidade, além de protagonistas marcantes e não necessariamente admiráveis. E por aí, quais são os livros e adaptações que vocês escolheram para ler em 2020?

Assista ao trailer de Marnie dirigido por Alfred Hitchcock

Beijos!

Fotos: IMDb
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