24 de outubro de 2017

Ragtime de E.L. Doctorow



Ragtime
Autor: E.L. Doctorow
Editora: Abril Cultural
Edição: 1983
Páginas: 248
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A história de três famílias: uma de brancos protestantes, outra de judeus emigrados e uma terceira de negros. O autor entrelaça livremente fatos reais e imaginários ocorridos nos Estados Unidos nos primeiros anos do século XX, apresentando figuras e acontecimentos que foram notícia na época e criando um perfil de um país em formação, incerto ainda em seus rumos, mas extremamente dinâmico e rico em contrastes violentos.

Ragtime de E.L. Doctorow foi no uma leitura peculiar do início ao fim. Comentei no post anterior sobre a incrível trilha sonora do filme como escolhi esse livro na estante e não estava preparada para gostar e pensar tanto sobre a história. 100 anos depois todos os temas abordado no enredo são extremamente importantes e no post de hoje vou compartilhar com vocês alguns dos meus pontos favoritos



Ragtime retrata a vida de algumas famílias bem diferentes entre si ao mesmo tempo que intercala personagens e fatos reais no pano de fundo do enredo. Assim E.L. Doctorow cria um contexto extremamente realista e rico para sua história e apesar de alguns trechos mais arrastados eu me interessei pelo enredo desde a primeira página. Diversidade também é importante, porque é através dela que o leitor compreende como cada pessoa é afetada pela estrutura social.

Como o enredo une a história de três famílias: uma rica, outra imigrante e uma negra, e todas as implicações que cada uma delas sofre ao longo das páginas faz com que o leitor reflita como todas elas, independente da origem, riqueza, religião ou classe social sofre pelas injustiças da vida que nem sempre estão ligadas com caráter, honra e responsabilidade. É interessante perceber como E.L. Doctorow escreveu tristezas e alegrias para os principais personagens, sempre os dois opostos


Outro ponto positivo da leitura é que cada família e cada um dos personagens secundários importantes para a trama têm seus próprios dilemas, problemas a resolver. Alguns são comuns a certos personagens, outros não, e outra característica presente é que a lei, de uma forma ou outra, é burlada para defender certos interesses. Essa não é uma verdade absoluta da história, mas é presente em alguns momentos cruciais do enredo. 

Um sindicato era uma afronta a Deus. O operário não seria protegido e atendido por agitadores das massas, declarou um homem rico, mas por cristãos a quem Deus, em sua infinita sabedoria, entregara o controle da propriedade e os interesses do país. Se tudo o mais falhasse, as tropas seria convocadas.
página 39

Certos trechos do livro foram arrastados, outros momentos eu preferia ter visto o foco em outro personagem, mas esses elementos não impediram que minha experiência de leitura com Ragtime fosse extremamente positiva, principalmente porque o autor escreve sobre alguns dos meus temas favoritos como sociedade, religião, política, cultura e padrões, que sempre foram ditados por uma minoria e isso não parece ter mudado tanto tempo depois do período retratado.

A variedade de personagens também é um ponto que merece ser citado. Ao longo do enredo o leitor conhece figuras corruptas, idealistas, honradas, submissas, revolucionárias, criativas e outros tantos. E como cada um deles se relaciona com a família ou o contexto em que está inserido é que vai formar a conexão final para o encerramento da história, e também é um dos aspectos mais legais de acompanhar ao longo do enredo porque alguns personagens realmente se libertam de situações negativas.





Minha nota para Ragtime de E.L. Doctorow foi quatro estrelas no Skoob. Recomendo a leitura para quem tem interesse por livros com contexto histórico e social, critique a estrutura econômica e política que favorece apenas uma minoria e que expõe a luta de várias classes e etnias pela busca de igualdade nos Estados Unidos (o enredo pode ser relacionado com tantas outras situações no mundo). Vocês já leram ou querem ler Ragtime?

Vídeo de opinião publicado no canal do Estante da Nine
  

Beijos!

Fotos: Nine Stecanella
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