(The Secret Garden)
Direção: Agnieszka Holland
Produção: Warner Bros
Ano: 1993
Duração: 101 minutos
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O jardim secreto de Frances Hodgson Burnett
O último combo livro e filme a aparecer no Estante da Nine (e participar do Desafio livros e seus filmes), foi em janeiro deste ano com Marnie de Winston Graham (e adaptação de Alfred Hitchcock). Durante o primeiro semestre muitas leituras incríveis e adaptações entraram na fila de pautas do blog e hoje é dia de conversar sobre a versão de 1993 de O jardim secreto, dirigido por Agnieszka Holland, adaptado da obra de Frances Hodgson Burnett.
Órfã, Mary viaja da Índia para a Inglaterra para viver com o tio recluso na mansão Misselthwaite. Mimada e tratada anteriormente por servos obrigados a fazer suas vontades, sem atenção dos pais, a menina rapidamente precisa se adaptar a sua vida na Europa sem mimos, sem regalias, e com regras severas na casa. Poderia ser um pesadelo para Mary, mas a mudança vira uma aventura transformadora na vida da protagonista e outras pessoas da mansão Misselthwaite.
Como mesmo ponto de partida, e preservando a antipatia de Mary, livro e filme tratam de crianças negligenciadas e condicionadas a viver sem escolhas. A partir do momento que esse ciclo é quebrado e novas opções surgem, as lições são aprendidas e a analogia de transformação do jardim funciona tanto para a natureza, quanto para a personalidade humana.
Agnieszka Holland mantém a sutileza da visão infantil em cada aprendizado, que como no livro acontece entre as crianças e influencia os adultos, e usa o jardim e a natureza para dar a mesma ideia de transformação e também tempo. A adaptação une e reduz cenas, sem dúvida, e em alguns momentos a sensação foi de rapidez, então o ciclo das estações do ano também funcionam como referência da passagem dos meses.
O embate das personalidades de Mary, Colin - o primo recluso, mimado e doente que só pensa na morte, e Dickon, menino simples que mora nas redondezas de Misselthwaite e vive feliz e intensamente, foi interessantíssimo no filme e até gostei mais que no livro, principalmente porque na adaptação o encontro entre os três acontece mais rápido.
A mansão Misselthwaite contribuí para a atmosfera de suspense do filme, assim como a personalidade sombria e reclusa de Lorde Archibald Craven, que não permite a reabertura do jardim da esposa morta no nascimento do filho, e também não encara a "doença"de Colin como algo que pode ser vencido. A senhora. Medlock do filme sem dúvida foi mais severa do que imaginei durante a leitura, mas Martha foi exatamente como imaginei: carismática, atenciosa e sensível.
Existem diferenças entre livro e filme como sempre, mas no geral o clima e as lições da adaptação são idênticos ao da história de Frances Hodgson Burnett: muitas vezes é na simplicidade que está a felicidade, a negligência transforma crianças em seres detestáveis, limites são precisos, lições são aprendidas todos os dias e principalmente que mudança é um caminho diário e constante a percorrer, sem nunca desistir.
Vocês já perceberam o quanto eu gostei de O jardim secreto - livro e filme, né?! Ambos entraram para a lista de favoritos e a adaptação está disponível na Netflix. A história consagrada como um clássico infantil inglês funciona para todas as idades porque tem lições inspiradoras para jovens e adultos. Recomento O jardim secreto para quem gosta de enredos com (e para) crianças, cenário de décadas (ou séculos) passados, personagens caricatos e com histórias marcantes e porque não, uma dose de mistério e suspense.
Beijos!
Fotos: Divulgação
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