20 de março de 2017

Os 39 degraus - dirigido por Alfred Hitchcock



Os 39 degraus
(The 39 Steps)
Direção: Alfred Hitchcock
Produção: Gaumont British Picture Corporation
Ano: 1935
Duração: 86 minutos
Filmow | IMDb

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Os 39 degraus de John Buchan

Recentemente tirei da estante minha edição de bolso de Os 39 degraus de John Buchan, já com a intenção de ler o livro e logo depois assistir ao filme, dirigido por Alfred Hitchcock, que encontrei em um dia totalmente aleatório no Walmart (Big), há alguns anos, e trouxe para coleção, claro. Assim que finalizei o livro, que eu adorei por sinal, li a sinopse do filme e aí percebi algo crucial: as histórias são bem diferentes.

Esperei alguns dias para assistir Os 39 degraus, afinal eu sempre quero adaptações fiéis aos livros e isso quase nunca acontece, como neste caso, e depois do tempo de descanso me aventurei na história, desta vez a versão para o cinema de Hitchcock, filme que é considerado um dos mais importantes da carreira do diretor. Eu gostei do filme, ele tem sim algumas similaridades com o livro, mas o desenvolvimento é diferente. Hoje vou contar meus pontos favoritos e o que não gostei tanto sim da adaptação. 

A principal diferença entre livro e filme é que no decorrer da trama original, em meio a um caso de conspiração internacional, Hannay - o protagonista - troca informações e conta com a ajuda de homens, enquanto no filme Hitchcock substituí quase todos esses personagens por mulheres. Isso dá ao filme um toque irônico e romântico que o livro não aborda. Aliás, nem existe. O ponto de partida também é diferente: na versão de John Buchan um vizinho, após revelar a trama, é morto e deixa um caderno de anotações na casa do personagem principal. No filme a única pista é um mapa.


Apesar do desenvolvimento da história partir de pontos e por motivos diferentes no filme, o clima de mistério e aventura permanece intenso como no livro. O desafio de Hannay na adaptação é igualmente interessante a história original, porque na versão de Hitchcock ele parte para fuga com poucas informações e nenhuma ideia do que a conspiração significa ou qual o risco de vida. O Hannay do livro é um homem experiente e confiante, já o do filme tem personalidade esnobe. Não simpatizei tanto com o personagem na adaptação.

Para terminar é claro que eu preciso comentar sobre as personagens femininas. E sim, eu acho que no filme elas dão o diferencial. O livro tem uma história ágil e de narrativa fácil, eu sinceramente não senti falta de uma mulher como personagem principal. Mas o mistério da adaptação começa a partir de uma mulher e faz sentido que outra personagem, ao longo da trama, se envolva na confusão com Hannay. No final ela é determinante para o desfecho de parte do mistério, mas o protagonista masculino, apesar de galã, nem sempre usa a ajuda feminina de maneira simpática.

Se nos anos 2000 as adaptações literárias são modificadas para funcionar melhor ao público do cinema, não consigo imaginar como era esse processo nos anos 1930, mas tudo indica que isso também acontecia na época. Eu gostei da versão de Hitchcock, também por ter mantido parte dos cenários da Escócia, um dos meus pontos favoritos no livro, mas ainda prefiro o ponto de partida de John Buchan. Vale ler o livro e assistir o filme, e encarar ambos como histórias paralelas de uma mesma ideia. 

Beijos!
Imagens: Divulgação

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