3 de abril de 2016

O zahir de Paulo Coelho




O zahir
Autor: Paulo Coelho
Editora: Rocco
Edição: 2005
Páginas: 316
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Tudo parecia ir bem entre eles, até o dia em que Esther desaparece sem deixar vestígios. A polícia cogita hipóteses de seqüestro assassinato. O marido, guiado por suas interrogações, inicia uma viagem em busca da esposa desaparecida de si mesmo. E assim como explica o próprio Paulo Coelho: "Diziam os antigos arqueiros zen que cada flecha é uma vida. Cada livro é uma flecha, um pouco de minha vida que se revela, primeiro para mim, e em seguida para meus leitores. Evidente que já lancei livros antes, cada um provocando uma emoção diversa, mas em O Zahir é diferente: ele fala mais de mim do que qualquer outro texto".

Hoje estou aqui para contar sobre minha experiência de leitura de O zahir de Paulo Coelho. Este foi meu segundo contato com o trabalho do autor. Li também O manuscrito encontrado em Accra, mas as propostas desses dois livros são bem diferentes. Em O zahir pude entender melhor porque existe uma divisão equivalente entre quem gosta de Paulo Coelho e quem não gosta. E até agora não sei qual é o sentimento predominante em relação ao livro.

Em O zahir acompanhamos a história de um famoso escritor que vê sua vida se transformar a partir do desaparecimento da esposa, uma jornalista que largou tudo para ser correspondente de guerra. O enredo gira entre momentos do passado e presente para apresentar a relação entre o casal, ao mesmo tempo que conserva uma dose de mistério sobre o paradeiro da esposa. É nesse contexto que Paulo Coelho apresenta ao leitor a ideia do zahir, inspirado em uma tradição islâmica e no conto O aleph de Jorge Luis Borges

O primeiro desafio de O zahir é não levar a antipatia pelo protagonista como sentimento de primeiro plano. Talvez pela realidade totalmente diferente da maioria das pessoas ou pela prepotência mesmo, o personagem masculino desse livro é detestável. Minha simpatia por ele foi zero. Mesmo assim, parte de sua reação é compreensível, principalmente a partir do sumiço de sua mulher. O zahir é a presença que ocupa todos os pensamentos do indivíduo e é claro que o protagonista fica obcecado em descobrir os motivos que fizeram Esther desaparecer.

Verdade seja dita: eu também estava curiosa para entender os motivos de Esther. E provavelmente essa foi a razão por ter chegado até as páginas finais de O zahir. Muitos temas são postos em discussão no decorrer do enredo e gostei de boa parte deles. São aqueles assuntos que normalmente estão na nossa cara, mas procuramos ignorar até o limite. A questão espiritual também é outra das características marcantes da obra de Paulo Coelho e bastante presente no livro

Outro personagem masculino surge na história para religar o autor de sucesso a sua mulher e sem dúvida sua presença dá um toque mais interessante ao livro. Também é através desse personagem que Paulo Coelho introduz informações sobre um país e sua cultura: o Cazaquistão. Gostei muito desse elemento histórico e social em O zahir e assim como a foto da contracapa da minha edição com Paulo Coelho nas estepes, sem dúvida o local entrou para a lista de viagens futuras.

Uma curiosidade é que passei por uma situação bem delicada na rua outro dia e estava com O zahir na bolsa. Ao entrar no ônibus, nervosa, logo o peguei para me distrair e o momento da história combinava exatamente com o que eu precisava ler para controlar a ansiedade até chegar em casa. Sim, o livro tem muitas lições e reflexões, algumas clichês e outras nem tanto, mas a maioria delas são fundamentais para o nosso dia a dia. São aqueles pequenos medos, como deixar de falar algo para alguém querido por medo da reação ou a falta de compreensão. Até que todos os pequenos medos viram um monstrão do medo. É.



O que me deixou desanimada, além da antipatia pelo protagonista, foi o final. Sim, ele foi totalmente decepcionante. Já na última parte da história o rumo de alguns acontecimentos começou a me desagradar e toda a lógica que eu esperava para o desfecho simplesmente não aconteceu. O destino de Esther não me deixou satisfeita, não vi nenhum tipo real de aprendizado no protagonista e os personagens secundários seguem assim, sem grandes momentos pelo resto da trama.

O resumo de tudo é que eu gostei de O zahir até a metade e me incomodei significativamente com a parte final. Minha nota para o livro foi de duas estrelas no Skoob. A obra de Paulo Coelho tem muitas lições e gostei do contexto histórico, mas esperei mais da trama principal, o mistério sobre Esther e a redenção do protagonista. Não me pareceu realmente que Esther era o zahir, sabe? Isso porque o personagem sempre se pôs em primeiro lugar. E vocês, já leram Paulo Coelho? Como foi a experiência?

Beijos!

Fotos: Nine Stecanella
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