Proibido
Autora: Tabitha Suzuma
Editora: Valentina
Edição: 2014
Páginas: 304
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Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis. Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes. Eles são irmão e irmã. Mas será que o mundo receberá de braços abertos aqueles que ousaram violar um de seus mais arraigados tabus? E você, receberia?
Eu não sei como começar este post. Literalmente. Quer dizer, quem diria que logo no começo do ano tantas leituras boas fossem acontecer próximas umas das outras e, mais que isso... Parando para pensar, Proibido de Tabitha Suzuma é daqueles livros que desafiam o leitor, imagine então organizar as ideias para escrever e dividir com todos vocês o tanto de sentimentos que o livro me proporcionou. Proibido foi a segunda leitura que fiz em conjunto com a Mah e o Henri em 2015. E candidato a favorito.
Uma história de amor entre irmãos por si só é polêmica e promete sentimentos contraditórios. Mas Proibido é mais que isso. O livro é a história de uma família destruída onde dois irmãos tomam as rédeas da situação com o objetivo de ficarem juntos e preservar o que resta da “família”. Os conflitos adolescentes e infantis estão lá. Assim como a disfunção familiar. Lochan a Maya vivem como jovens e adultos lutando com problemas de ambas as fases. Uma carga impensável para muitos de nós.
Desde as primeiras páginas o livro me causou um conflito de sentimentos. E detestei a mãe na primeira aparição. Mas o Henri tem razão ao escrever que o pai é tão responsável quanto. Um homem que, um belo dia, vira as costas e deixa cinco filhos para trás não merece ser poupado. Pior é imaginar que existe isso de verdade no mundo todo. Outro ponto importante da leitura foi que desde o princípio os sentimentos de Lochan e Maya me pareceram diferentes do fraternal. Eu amo meu irmão incondicionalmente, mas nunca na vida pensei nele na maneira como os personagens se relacionam no livro. O amor ali é adulto, compreensível, cúmplice... Vivido em uma situação extrema. Não há como comparar a nada. (Esse texto está ficando sentimental demais. Tudo culpa da resenha do Henri).
Além de lidar com as responsabilidades de uma família e a vida adolescente, Lochan e Maya precisam entender seus sentimentos, lutar contra seus medos e superar barreiras pessoais. Em vários momentos do livro o romance não me convenceu, confesso. Mas, ao mesmo tempo, era agoniante pensar no amor impossível deles e não torcer para que tivessem um final feliz. Em 302 páginas Tabitha Suzuma conta sua história devastadora, sem medo das críticas e que arranca nosso coração do peito nas páginas finais.
Além de marcante, sensível e emocionante, Proibido nos faz pensar sobre valores, os verdadeiros valores (aqueles que cada um de nós guarda na cabeça), convenções sociais, crime, família e amor, acima de tudo o que o amor pode causar na vida das pessoas. Recomendo a leitura para todos que gostam de histórias jovens com temas importantes e que deveriam ser mais debatidos, para os leitores que curtem drama e para todos aqueles que procuram algo diferente.
Sobre a edição, não encontrei muitos erros de revisão (nenhum grave que eu tenha destacado, pelo que lembro). O livro tem boa fonte e entrelinhas, além de ser impresso em papel Polén Soft. Porém, não gosto da capa. Simbolicamente ela representa o livro, mas não acho atrativa ou chamativa. Espero uma próxima edição com capa mais marcante e impactante porque Proibido merece. Você já leu Proibido ou ficou com vonrtade de ler?
Beijos!
Fotos: Nine Stecanella
*Livro recebido da editora Valentina
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