Eu, Robô
Autor: Isaac Asimov
Editora: Pocket Ouro
Edição: 2012
Páginas: 320
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Eu, robô é parte de uma das três grandes séries de Asimov: Robôs, Fundação e Império. Retoma uma das personagens principais, a grande roboticista Susan Calvin, e a faz contar, em retrospecto, histórias que resumem a evolução da robótica. A narrativa engenhosa conduz o leitor com um didatismo disfarçado: levados pela imaginação e pelo humor de Asimov, nem nos damos conta da lição de história da robótica que acabamos aprendendo. Entre a babá da primeira história e a Máquina, com maiúscula, que controla toda a Terra, na última, há ainda espaço para robôs que enlouquecem, que fazem piadas, que lêem pensamentos e até robôs orgulhosos de serem mais espertos do que os seres humanos. Eu robô também apresenta as três leis da robótica, outro alicerce da ficção científica.
Eu, Robô foi o livro eleito na enquete do Estante da Nine em novembro e apesar de ter lido ainda no mês, só agora tive aquele tempo (e vontade) para escrever sobre ele. Além disso, estava na dúvida entre gravar vídeo ou não e como não consegui escrever um roteiro decente, aí está... Eu me considero uma fã de ficção científica, no entanto acompanho mais séries de TV e filmes. Já passava, e muito, da hora de conhecer o clássico de Asimov e a leitura foi tudo aquilo que eu imaginava, ainda bem.
O livro é composto por nove contos (além de prefácio, introdução e sobre autor). Particularmente, prefiro conferir as informações sobre a obra após a leitura porque, muitas vezes, no meio das explicações surgem alguns detalhes relevantes ou até spoilers da obra. Todos os contos, como podem imaginar, tratam de robôs e da sua relação com os humanos. Apesar de ser um livro futurista (escrito em 1950) e ainda servir como referência a nós até os dias de hoje, a obra de Asimov deve agradar até aqueles leitores que não têm muita afinidade ficção científica.
Em todas as histórias o ponto em comum é que nossa sociedade evoluiu tanto tecnologicamente que os robôs se tornaram figuras cotidianas. Eles realizam desde trabalhos domésticos até exploração de matérias primas em outros planetas. Para que os humanos não sofressem com uma possível rebelião das máquinas, três leis foram criadas e inclusas no que poderíamos chamar de cérebro do robô. Não há como nada dar errado, mas... dá.
O que mais gostei no livro é que os contos não falam apenas de robôs. Cada história, mesmo as semelhantes, trata sobre um aspecto desse avanço tecnológico. Nem todos os humanos são a favor do uso massivo de máquinas e nem todos os robôs são o que parecem. Há também alguns interesses políticos.
Outro ponto interessante é que três personagens (humanos) se repetem ao longo dos contos. Eles são os especialistas da empresa que fabrica robôs e quando há algum tipo de conflito eles são chamados para avaliar a situação. Essas figuras não são exatamente simpáticas e eu não consegui gostar de nenhum. Pra falar a verdade gostei mais de alguns robôs e acho que esse foi mesmo um dos objetivos de Asimov.
Muitos dos questionamentos apresentados por Isaac Asimov no livro podem servir de base para discussões do que vivemos hoje. Claro que nas histórias de Eu, Robô a tecnologia da Terra está muito além da que temos atualmente (pelo menos do que é divulgado), mas nossa necessidade cada vez maior em estar conectado se aproxima muito de alguns pontos debatidos no livro.
Por fim, Eu, Robô levanta algumas questões sobre a personalidade do ser humano em comparação com as máquinas. Ao mesmo tempo que a Terra prosperou e expandiu seu alcance, o comportamento das pessoas, a forma de pensar e o convívio, pouco evoluiu (isso para 1950 e para 2014).
Para quem gosta de refletir sobre os aspectos citados, Eu, Robô é uma ótima leitura. Assim como para quem gosta de ficção científica e tecnologia. Acredito que o livro agradará até quem não é muito ligado ao tema porque, além do que já disse acima, é possível visualizar, pelo nosso contexto atual, como a sociedade humana chegou a tal evolução tecnológica.
Espero assistir ao filme Eu, Robô em breve, embora, pelo que já conversei com algumas pessoas, ele não se trate da adaptação de nenhum dos contos, mas usa a ideia geral apresentada por Isaac Asimov. Também tenho a impressão que a série Almost Human (no Brasil exibida pela Warner), tenha muita influência de alguns conceitos do livro.
Beijos!
Foto e montagem: Nine Stecanella
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