7 de outubro de 2017

A cor púrpura - dirigido por Steven Spielberg



A cor púrpura
(The Color Purple)
Direção: Steven Spielberg
Produção: Amblin Entertainment
Ano: 1985
Duração: 154 minutos
Filmow | IMDb
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A cor púrpura de Alice Walker

Durante a leitura de A cor púrpura de Alice Walker eu já me perguntava como seria o filme. As indicações do livro são sempre muito entusiasmadas e a adaptação não fica atrás. O enredo original entrou para a lista de leituras favoritas do ano e a versão de Steven Spielberg, a segunda que comento esse ano no blog, também ganhou um lugar especial entre as adaptações literárias preferidas.

Assim como no livro a história acompanha Celie, uma jovem negra moradora da área rural do sul dos Estados Unidos no início dos anos 1900. Na adaptação, diferente da história original que é contada através de cartas, o roteiro se desenvolve a partir de trechos narrados pela personagem enquanto os acontecimentos principais dominam as cenas do filme. Em muitos aspectos é mais fácil se identificar com a protagonista e entender o contexto histórico através da adaptação, mas as cartas guiam o roteiro do filme como o enredo do livro.

Steven Spielberg consegue contar uma história fiel dentro das possibilidades de uma maneira sensível e sem ocultar os acontecimentos importantes que compõem a obra original de Alice Walker. Logo nos primeiros minutos de A cor púrpura temas como pobreza, abuso, racismo e machismo são apresentados e a partir daí acompanhamos uma adolescente que desde cedo precisou lidar com um padrasto abusivo, uma mãe negligente e uma irmã mais nova sempre ameaçada pelo estupro

Enquanto no livro a fase inicial da vida de Celie me pareceu mais difícil, sofrida e marcante, no filme eu fiquei mais impressionada com o rumo da personagem após seu casamento principalmente porque ficou claro que além de aceitar um marido que a queria apenas como servente, Celie terá que lidar com uma família e crianças que não são suas. Durante todo relacionamento Senhor desdenha de Celie, mas a vida tem surpresas e como na história de Alice Walker a adaptação de Steven Spielberg transborda um tanto de esperança.

No filme a transformação de Celie me pareceu mais gradual e me conectei mais com ela na versão de Steven Spielberg. No livro eu tive dificuldade de enxergar o ponto de virada quando as primeiras pistas surgiram e depois de algum tempo é que eu comecei a ver uma saída, alguma esperança para a vida da protagonista e sua família. Na adaptação o empoderamento de uma mulher para outra também é significativo, principalmente se considerarmos a época e o local (e como tragicamente isso parece se repetir em todas as culturas por todo mundo). Em certo ponto as coisas começam a melhorar para Celie e quem assiste pode respirar um pouco mais aliviado.

Eu gostei muito do filme de Steven Spielberg embora ele reduza vários trechos da obra. A escolha do elenco, o cenário, a semiótica por trás de alguma cenas, tudo foi muito digno do livro, sabe? Eu sei que adaptações literárias são controversas, mas neste caso eu acho que filme e livro conversam bem, estão em harmonia, e retratam o tipo de história com temas que até hoje são tabus e que por isso mesmo precisam ser debatidos. É claro que eu recomendo A cor púrpura. Vocês já assistiram?

Beijos!

Fotos: Divulgação
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