A profecia de Samsara
Autora: Leticia Vilela
Editora: Gutenberg
Edição: 2014
Páginas: 256
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Quando o príncipe do Clã mágico dos Devas é assassinado, as suspeitas recaem sobre sua própria mestra, Draupadi. O irmão do príncipe, o jovem Arjuna, jura vingar sua morte e persegue a criminosa pelos reinos mágicos da antiga Índia. Draupadi inicia sua fuga ao lado de Asti, uma humana a quem chama de filha, que guarda um segredo em seu corpo desde que nasceu - uma maldição ancestral em forma de tatuagem, da qual procura desesperadamente se libertar. Todos os fatos fazem os destinos de Arjuna e Asti convergirem definitivamente, o que torna inevitável a concretização da temível 'Profecia de Samsara'.
Eu já perdi a conta de quantas resenhas deste ano eu comecei com: “2016, você está superando as expectativas”. E pelo visto vou continuar repetindo, já que A profecia de Samsara foi outra ótima surpresa. Quando eu tirei o livro da estante, e mesmo antes, quando recebi na caixa postal, tive logo uma simpatia pela edição, a sinopse me deixou intrigada e logo pensei que era o tipo de leitura que combinava comigo. Algum tempo passou e finalmente tirei a conclusão: sim, de fato o livro mistura alguns dos meus elementos favoritos do mundo da magia e aventura e eu adorei!
O enredo acompanha a jornada de dois personagens: Arjuna, um príncipe que deseja vingar a morte do irmão e capturar a suspeita do crime: a ex-mestre Draupadi; e Asti, que é adotada pela criminosa e junto com ela busca objetos mágicos e magias que possam quebrar a maldição que carrega em seu sangue. O caminho dos dois personagens se cruza e ambos, apesar de jovens, irão descobrir que certas verdades não são absolutas e por trás de cada mistério existe uma explicação.
Antes mesmo da história começar Leticia Vilela prepara o leitor para o que virá com um pequeno histórico do mundo e dos povos no qual seremos apresentados no decorrer do enredo. Os muitos clãs trazem tanto diversidade ao livro como problemas, e apesar da fantasia é muito fácil entender os impasses culturais e fazer analogias com nossa própria sociedade. Outro ponto positivo de A profecia de Samsara é a jornada, que apresenta ao leitor cenários incríveis e dá um ritmo de leitura veloz, porque a cada capítulo alguma pequena reviravolta muda o rumo das coisas.
Os personagens são ótimos. Não são figuras que conquistam a simpatia do leitor de imediato, mas ao longo do enredo é possível compreender o grande peso que Arjuna e Asti carregam e porque são amáveis em certos momentos e detestáveis em outros. Os protagonistas, assim como alguns personagens secundários que são fundamentais para a trama, são complexos: precisam lidar com a diferença de clãs, de crenças, de acesso a magia e conhecimento, além de questões como riqueza e pobreza. Amam e são atenciosos, na mesma proporção que desconfiam e são vorazes com os inimigos. A sociedade aqui está próxima de um colapso e Arjuna e Asti serão tomados por esse caos.
Eu gostei mesmo de A profecia de Samsara pela mitologia e pelo cenário. O mapa indica parte da fronteira onde hoje fica a Índia e o Afeganistão, e portanto a cultura por trás das referências do livro também são essas. Ou melhor, são mais presentes. É inegável que o universo do livro é amplo e portanto faz referência a outras culturas do mundo. A aventura é eletrizante e perigosa e durante o caminho os protagonistas precisam abrir mão de algumas pessoas. A perda é um tema presente ao longo de toda trama.
A edição da Gutenberg merece menção porque está linda. A diagramação de toda a introdução é em forma de gráfico e a cada início de capítulo há uma ilustração que antecipa uma cena importante que está por vir. É muito bacana reconhecer o momento da introdução durante a leitura. Não entreguei detalhes demais e espero que os destaques tenham servido para despertar o interesse de vocês. Deu pra perceber que eu adorei a leitura e recomendo né?!
Beijos!
Fotos: Nine Stecanella
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