Cartas de amor aos mortos
Autora: Ava Dellaira
Editora: Seguinte
Edição: 2014
Páginas: 344
Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.
Eu adoraria começar este post escrevendo que amei o livro Cartas de amor aos mortos da autora Ava Dellaira. Adoraria, porque não vai ser assim. O título lançado no Brasil pela Seguinte chegou por aqui muito elogiado e comentado, e olhando as fotos de livros no Instagram, um dos meus vícios (usem a #leituradodia ou #estantedanine), praticamente todo mundo que leu, amou. Embora minhas expectativas não tenham sido enormes no início da leitura e a proposta da autora ser interessante em vários aspectos, o livro foi bom. E só!
O enredo do livro gira em torno de Laurel e sua maneira de lidar com a perda da irmã, May. A mãe da garota se muda para a Califórnia no momento mais delicado de sua vida e a rotina torna-se, então, passar uma semana com a pai e outra com a tia beata. Além disso, para não enfrentar os olhares de pena e o silêncio constrangedor, Laurel resolve mudar de escola. O livro é construído através de cartas para personalidades mortas, uma atividade que a protagonista tem no primeiro dia de aula. E assim se desenvolve o enredo.
Basicamente o que eu gostei do livro foi a personalidade dos adolescentes. Já reclamei muito em resenhas sobre os jovens utópicos dos autores contemporâneos e o medo de expor assuntos polêmicos. Em Cartas de amor aos mortos, eles bebem, fumam, matam aula, brigam entre si e, ao mesmo tempo, são ótimos alunos, amigos, companheiros incríveis e personagens quase reais, justamente pela ambiguidade, pela realidade.
Também acho válido mencionar que, apesar de não serem parte do tema central, Ava Dellaira introduz assuntos como drogas, álcool, violência, homossexualidade e preconceito. Tudo isso está ligado ao que comentei no paragrafo anterior: a autora não julga seus personagens, não os estereotipa em uma categoria. Simpatizar ou não com cada um deles vai depender do leitor, sua forma ver o mundo e, até mesmo, como vive no dia a dia.
O meu problema real com o livro foi o tema central do enredo: a forma como Laurel encara a morte da irmã. No início, achei muito bonita a cumplicidade das duas (que conhecemos através de flashbacks) e, até certo ponto, entendi os sentimentos da protagonista. Mas a medida que ela começa na nova escola e soubemos mais sobre o passado das duas, a admiração extrema de Laurel por May se tornou um incomodo. Sinceramente, achei um pouco doentio. PRONTO FALEI. Esse sentimento ficou comigo ao longo de toda leitura e não deu para ignorar mesmo com vários aspectos positivos.
Outro ponto interessante no início, mas que não se manteve ao longo do livro, foi a fórmula escolhida por Ava Dellaira para contar sua história. As cartas são interessantes de saída, um jeito novo de construir um livro. No início, cada uma delas têm conexão com o que conheceremos no trecho a seguir (já que não há capítulos), mas no decorrer do livro é visível que os assuntos se perdem e o tema se torna repetitivo. Talvez intercalar as cartas com a narrativa em 3ª pessoa teria funcionado melhor. Talvez.
Apesar dos altos e baixos, Cartas de amor aos mortos vale a leitura principalmente para você que já deseja conhecer o livro. Nem vou repetir aquela dica da expectativa, tá (se tornou tradição nos meus posts). Eu realmente esperava ter amado o livro, mas não aconteceu. Apesar disso, aproveitei parte da leitura, da proposta da autora. Eu adoro a capa, a mesma da edição americana e a diagramação do livro segue o padrão da Seguinte, com boa fonte, entrelinha e papel Polén Soft. Não anotei erros de revisão.
Ah! Graças ao livro resgatei meu CD do Nirvana, há um tempinho esquecido. Por isso resolvi incluir uma playlist com algumas músicas da banda que eu adoro. Quem de vocês já leu Cartas de amor aos mortos? E quem quer ler? Contem-me tudo nos comentários, tá?!
Nirvana é uma das minhas bandas preferidas da vida.
E Laurel escreve muito para Kurt, então aí vai uma playlist especial!!!
Beijos!
Fotos: Nine Stecanella
*Livro recebido da editora Seguinte, parceira do Estante da Nine
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