4 de dezembro de 2014

A menina submersa: memórias de Caitlín R. Kiernan




A menina submersa: memórias
Autora: Caitlín R. Kiernan
Editora: Darkside
Edição: 2014
Páginas: 320
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A Menina Submersa - Memórias é um verdadeiro conto de fadas, uma história de fantasmas habitada por sereias e licantropos. Mas antes de tudo uma grande história de amor construída como um quebra-cabeça pós-moderno, uma viagem através do labirinto de uma crescente doença mental. Um romance repleto de camadas, mitos e mistério, beleza e horror, em um fluxo de arquétipos que desafiam a primazia do 'real' sobre o 'verdadeiro' e resultam em uma das mais poderosas fantasias dark dos últimos anos. Considerado uma 'obra-prima do terror' da nova geração, o romance é repleto de elementos de realismo mágico e foi indicado a mais de cinco prêmios de literatura fantástica, e vencedor do importante Bram Stoker Awards 2013.

Oi gente, tudo bem? Será que até o final de dezembro eu finalmente consigo colocar em dia minha pilha de resenhas? Espero que sim e torçam comigo. Hoje vou escrever sobre A menina submersa: memórias da autora Caitlín R. Kiernan. O livro foi lançado neste ano pela Darkside Books e tem algum tempo que conclui a leitura. Essa é uma história difícil de explicar e ao longo das páginas tive um misto de sentimentos.

No livro conhecemos India Morgan Phelps, ou apenas Imp. Desde o início a personagem deixa dois pontos claros: primeiro que sua história é verdadeira, embora nem sempre factual; segundo que é louca e vem de uma família de mulheres loucas. A mãe, a avó e a tia-avó tinham hábitos estranhos e cometerem suicídio. Imp chama de maldição das mulheres da família... Ao longo das páginas conhecemos os medos e manias da personagem. 

Minha primeira dificuldade foi com o começo do livro. A narrativa é arrastada e se repete em vários pontos. No entanto, também desde o princípio achei Imp uma personagem fascinante e não quis desistir da leitura. As 100 primeiras páginas foram difíceis, mas são nelas que entendemos um pouco mais da personagem e nos envolvemos com a história. Imp é uma artista, embora viva em conflito com sua arte. Ela também reconhece que tem problemas, visita sua médica regularmente, toma remédios e leva uma vida simples e normal, até que tudo começa mudar. 


Desde muito cedo, ainda criança, Imp tem certas obsessões, principalmente sobre um quadro e a história por trás dele. O título A menina submersa, embora funcione como analogia a várias cenas do livro, vem daí, principalmente. Com o passar do tempo, a protagonista quer descobrir mais sobre as inspirações do artista, sobre a coincidência de encontrar outros trabalhos semelhantes e descobrir se houve uma história real por trás de tudo. Imp também se envolve em um relacionamento amoroso que será sua salvação e ruína ao longo das páginas. 

A verdade é que demorei tanto para escrever sobre esse livro porque não sei bem como explicá-lo. Depois do início truncado, é como se eu sentisse a mesma ansiedade de Imp em conectar as coisas. Eu entrei na história, entendi a personagem e como aquilo era importante para ela. Mesmo com a narrativa não confiável, foi fácil me envolver com o enredo, principalmente porque a protagonista faz algumas coisas impulsivas e você quer saber como tudo vai terminar (ou não). 

Outro recurso que me surpreendeu foi a construção de Caitlín R. Kiernan. A autora começa o livro narrando as memórias da Imp por sua própria visão, como um livro de recordações e intercalando com a voz em primeira pessoa. Em um trecho temos também contos e até atos, como em uma peça de teatro. E a história pega fogo quando Imp vê alguém que não deveria. Que não era para estar onde estava. E o restinho de sua sanidade começa a ser questionada (por ela mesma, em primeiro lugar). O livro é repleto de mulheres “loucas”, sim, mas também de pessoas extremamente interessantes e com gostos incomuns. 


Ao final da história, tive certa dificuldade em concluir o livro. Principalmente porque o clima do enredo é pesado. Imp está enfrentando, talvez, sua pior fase. São muitas incertezas. E porque a própria narrativa torna-se arrastada e densa, como no início. Porém, mais uma vez, era tarde demais para desistir. Ao final, foi uma boa leitura, não exatamente como imaginava, mas uma história diferente de tudo que tinha lido até então

A Darkside Books arrasa nas edições, vocês sabem né?! A capa e a contracapa combinam muito com o enredo e as páginas internas são repletas de detalhes e acabamentos lindos. As folhas são no nosso amado papel amarelo (não diz se é Polén Soft, mas parece) e a diagramação é boa. Indico a leitura para quem gosta de histórias com clima sombrio, mas que se aproximam mais da “realidade” do que da fantasia e também para quem gosta de livros psicológicos, aqueles em que você consegue ver a mente em conflito e envolver-se com a insanidade. 



Beijos!
Fotos: Nine Stecanella
*Livro recebido da editora Darkside Books
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