30 de outubro de 2016

O vendedor de armas de Hugh Laurie




O vendedor de armas
Autor: Hugh Laurie
Editora: Planeta
Edição: 2010
Páginas: 288
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Quando Thomas Lang, ex-militar de elite recebe uma proposta de 100 mil dólares para assassinar um empresário norte-americano, ele decide, imediatamente, alertar a suposta vítima - uma boa ação que não ficará impune.Em questão de horas Lang terá de se defender com uma estátua de Buda, jogar cartas com bilionários impiedosos e colocar sua vida (entre outras coisas) nas mãos de muitas mulheres fatais, enquanto tenta salvar uma linda moça e impedir um banho de sangue mundial.Encontramos nesta história muito do que se vê em um episódio de House, o mau espiríto salvador e a réplica assassina de Hugh Laurie, a serviço de uma intriga apaixonante e de um personagem que não será esquecido tão cedo. Um ator que saiba escrever bem é algo raro, mas Hugh Laurie, misturando humor com uma eficacidade hollywoodiana, faz uma entrada talentosa no mundo da literatura.

Há algum tempo O vendedor de armas de Hugh Laurie estava na minha estante esperando para enfim ser lido e isso aconteceu em outubro, já era hora. Eu nunca vi muitos comentários sobre o livro, mas em uma das fotos que postei lá no meu perfil no Instagram muitos de vocês comentaram que a leitura não tinha sido tão legal assim, então comecei sem expectativas.

O livro acompanha a história de um ex-agente do exército britânico e como ele se envolve em um caso de polícia complicado que a princípio se refere ao tráfico internacional de drogas, mas que depois acaba se revelando como algo mais sério e muito, muito mais grave: a venda de armas. 



O livro chegou ao Brasil em 2010, mas foi publicado originalmente em 1996. Destaco esse aspecto porque sim, o personagem do livro lembra demais o doutor House interpretado pelo ator Hugh Laurie na famosa série de TV, porém ele é mais antigo. Ou seja, é possível que o ator tenha usado as características de seu protagonista para compor a personalidade ranzinza e irônica do médico. E não o contrário.

Destaco o ano de lançamento oficial porque no princípio desconfiei da falta de celular e até computadores. Só então tive a ideia de conferir os dados bibliográficos. Esse ponto merece destaque porque muito da conspiração que permeia o enredo do livro, e o que ela vai provocar, só faz sentido em outro contexto, mesmo que não tão distante da nossa realidade. Em 20 anos muitas coisas mudam na tecnologia, não é?! Eu gostei de como tudo ganhou um novo significado no final.

Outro aspecto interessante da história é o grande número de personagens importantes e poderosos envolvidos na venda de armas. Além da tensão e das próprias cenas de ação, adorei o jogo político do enredo e como um personagem tão desbocado e direto funcionam como herói e anti-herói da história. Hugh Laurie me ganhou porque eu realmente queria saber quem afinal era o ex-agente conhecido principalmente como Thomas Lang (entre outros nomes ao longo do livro). 




O livro não tem exatamente um romance, mas existe uma personagem que é a principal motivação para Thomas Lang seguir na missão de desmantelar uma ação internacional. É interessante como essa relação conturbada ganha destaque em momentos decisivos de livro e adorei o fato de o final não ser previsível. Aliás, algumas boas reviravoltas acontecem nessa relação. Outras duas mulheres também passam pela vida do personagem ao longo do livro.

Mesmo gostando do enredo, faltou algo para que eu realmente adorasse o livro. Minha nota para O vendedor de armas no Skoob é de três estrelas principalmente porque não simpatizei com boa parte dos personagens, em certos momentos achei o desenvolvimento arrastado e porque em alguns capítulos o vocabulário militar ou sobre armas deixou a leitura lenta e desinteressante. Entendo que algumas das explicações eram necessárias, mas nem tudo. 




O livro também tem um tom irônico que me incomodou particularmente pelas piadas de mau gosto. Não falo pelo linguajar desbocado do personagem, isso é interessante, falo especialmente pelas descrições estéticas ou raciais para se referir aos personagens de forma pejorativa. Talvez em 1996 isso não fosse tão perturbador quanto é agora. Em alguns livros isso me incomoda. Foi o caso desse.

No geral O vendedor de armas de Hugh Laurie é uma boa história sobre política e economia mundial. O autor também faz algumas críticas sociais bem pertinentes não só aos empresários e ao capitalismo, como também ao comodismo de todos nós como sociedade. Recomendo a leitura para quem gosta do tema e também para que adora acompanhar um personagem irônico e desafiador.

Beijos!

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