3 de julho de 2015

A garota dos pés de vidro de Ali Shaw



A garota dos pés de vidro
Autor: Ali Shaw
Editora: LeYa
Edição: 2010
Páginas: 288
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Cenários cinematográficos, paisagens paradisíacas, pântanos congelados com animais transformados em vidro, florestas brancas, penhascos monocromáticos, um oceano de baleias, lendas e águas-vivas. Este é o universo fantástico de Ali Shaw, autor britânico que renova as fábulas e cria uma inusitada história de amor. Midas é um tímido fotógrafo ilhéu. Ida é uma jovem aventureira que vem ao arquipélago de Saint Hauda's Land buscar a cura para sua misteriosa doença. Ela está se transformando em vidro e juntos buscam uma solução. O que eles mais precisam é de tempo - e o tempo está passando rápido. Será que vão encontrar uma maneira de evitar a propagação do vidro?

Terça-feira eu fiz uma enquete rápida nas redes sociais (siga, acompanhe e participe Twitter | Instagram | Facebook) sobre qual resenha publicar primeiro no Estante da Nine: do livro A garota dos pés de vidro ou de Infinity Drake. A história de Ali Shaw foi a vencedora e vou compartilhar minha opinião através deste texto. Eu comprei A garota dos pés de vidro há alguns anos e, depois de ficar estacionado na estante, resolvi matar logo minha curiosidade.


O livro gira em torno de Ida, uma jovem que até pouco tempo atrás levava uma vida normal até perceber que seus pés estavam se transformando em vidro. Intrigada, ela viaja para um conjunto de ilhas onde já presenciou coisas extraordinárias em busca de respostas para sua atual situação. Na chegada, Ida comece Midas, um jovem tímido, que leva uma vida pacata depois de uma criação fria por parte do pai e tem como companheiros um amigo de longa data e sua filhinha. Juntos, eles vão investigar coisas fantásticas e descobrir que têm mais em comum do que imaginam.

A garota dos pés de vidro tinha tudo para ser uma fantasia urbana superlegal, mas não foi. Eu tive certa dificuldade em avançar nas primeiras páginas porque a narrativa não linear de Ali Shaw foi confusa e atrapalhada. Além disso, ele introduz certas informações nos primeiros capítulos, que só retoma muitas páginas depois. O foco do leitor muda a cada pouco e fica difícil se concentrar na linha principal da história.


Outra coisa que me incomodou foi a personalidade dos protagonistas. Ida e Midas são apáticos e desinteressastes (com exceção dos pés de vidro, é claro). A medida que o livro avança e Ali Shaw apresenta as conexões passadas entre os dois (envolvendo seus pais e amigos), a leitura flui melhor e acabei me conectando com personagens pouco presentes no contexto principal de A garota dos pés de vidro.

O último aspecto negativo que vou ressaltar é em relação ao cenário, mas, na verdade, o contexto dele. Apesar do livro não citar o ano em que a história se passa, fica claro que é algo contemporâneo, já que existe celular, computador e todas as tecnologias habituais do nosso dia a dia. Ainda sim, senti falta de uma explicação melhor sobre o lugar e porque tantas coisas incomuns se passam ali, assim como um mapa das ilhas, já que eles viajam para várias partes com características diferentes dentro do mesmo território.

Por outro lado, ainda sobre o cenário, adorei o clima sombrio e cinzento que Ali Shaw dá para a história. Os bosques, pântanos e florestas são fascinantes, assim como as criaturas raras que por eles vivem. Nestes momentos de A garota dos pés de vidro foi fácil visualizar o “cientista louco” em sua cabana e aquela sensação de “você está sendo observado” que só a mata proporciona. Eu já comentei em outras resenhas que adoro tudo que envolva mar e uma história que se em uma ilha sempre terá um (mesmo que só um), aspecto interessante.


Por fim, achei a atmosfera de mistério interessante, mas não fiquei satisfeita com o final. Por quê? Sinceramente?! Achei a resolução bem simples (embora previsível) e corrida, se pensarmos na linha de tempo do desenvolvimento da história. Depois de terminar A garota dos pés de vidro fiz uma pesquisa e encontrei no Goodreads um segundo livro, chamado The Man Who Rained. Na época, comprei A garota dos pés de vidro pela capa (também li a sinopse), mas a história não condiz com a bela arte.

Minha nota no Skoob para A garota dos pés de vidro foi duas estrelas. Apesar da boa ideia, não gostei da escolha que Ali Shaw fez para contar a história, assim como a falta de contexto e desenvolvimento. Apesar disso, se você já tem o livro na estante e gosta de fantasias urbanas, vale a tentativa. Talvez se meu exemplar não estivesse parado há tanto tempo minhas expectativas seriam diferentes. E você, já leu A garota dos pés de vidro? Ficou interessado ou não? Participe com seu comentário!

Beijos!

Fotos: Nine Stecanella
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