11 de abril de 2015

A mais pura verdade de Dan Gemeinhart




A mais pura verdade
Autor: Dan Gemeinhart
Editora: Novo Conceito
Edição: 2015
Páginas: 224
Skoob | Goodreads
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Em todos os sentidos que interessam, Mark é uma criança normal. Ele tem um cachorro chamado Beau e uma grande amiga, Jessie. Ele gosta de fotografar e de escrever haicais em seu caderno. Seu sonho é um dia escalar uma montanha. Mas, em certo sentido um sentido muito importante , Mark não tem nada a ver com as outras crianças. Mark está doente. O tipo de doença que tem a ver com hospital. Tratamento. O tipo de doença da qual algumas pessoas nunca melhoram. Então, Mark foge. Ele sai de casa com sua máquina fotográfica, seu caderno, seu cachorro e um plano. Um plano para alcançar o topo do Monte Rainier.Nem que seja a última coisa que ele faça.

Hoje é dia de conversarmos sobre A mais pura verdade de Dan Gemeinhart, lançamento da Novo Conceito. O livro conta a história de Mark, uma criança que luta contra o câncer e acredita que sua vida está voltando ao “normal” quando recebe a notícia de que terá que reiniciar o tratamento. Mark não quer mais passar por hospitais, médicos e longos períodos de internação e, por isso, resolve fugir para realizar um sonho.

Quando penso em A mais pura verdade a melhor definição que me vem a mente é a de uma fábula moderna. Apesar de ser péssima na classificação e gêneros literários (estou estudando para melhorar), na minha cabeça (e na minha estante) eu classifico os livros da maneira que fazem sentido de acordo com a minha experiência de leitura e apesar dos vários pontos positivos, não consegui me envolver ou adorar o livro de Dan Gemeinhart.


Bom, é preciso explicar o porquê da fábula moderna. Dan Gemeinhart usa a jornada, a aventura de Mark para refletir e passar sua lição sobre o tema. Sobre a vida. Muitas coisas são convenientes e fáceis demais na história, desde a viagem do protagonista até a falta de respostas da polícia. Até mesmo a reação dos pais (ou a falta dela) me surpreendeu. Apesar de trazer como protagonista uma criança, o livro não é infantil. Eu diria que é para todos os públicos, com foco nos jovens. Mas é preciso relevar algumas situações para a história fazer sentido.

A vida é um saco. Essa é a mais pura verdade. Mais uma coisa que eu não entendo: por que todo mundo sempre tenta fingir ser o que não é?
página 31

Eu gostei especialmente de dois temas abordados no livro. O primeiro deles é a busca por um sonho, um objetivo. Até agora, quando penso em A mais pura verdade, de jeito nenhum concordo com a atitude de Mark, que foi mesquinha e egoísta. No entanto, depois das adversidades, o protagonista precisava sentir-se dono da sua vida e livre para fazer escolhas. São duas faces da mesma moeda. Muitas vezes, por falta de coragem, desistimos antes de tentar. Mark nos dá um grande exemplo nesse sentido (mesmo que seja para chegar ao final da jornada e descobrir… bom, você vai ter que ler para saber, hehehehe).

O segundo aspecto e meu preferido é a amizade de Mark, tanto com sua vizinha Jess, mas especialmente com seu cachorro Beau. A maneira como Dan Gemeinhart constrói a relação entre criança e cão é tão linda, é tão apaixonante, especialmente se você adora animais, que eu recomendo a leitura principalmente por esse ponto. Outro mérito do autor é passar ao leitor a sensação de que Mark e Jess são maduros para entender a gravidade de toda fuga, mas, ainda assim, de uma maneira realista e condizente com suas idades (que não é dita no livro, mas imagino algo entre 9 a 11 anos).



A narrativa é feita em primeira pessoa por Mark no capítulo principal e por Jess em uma pequena sessão ao final de cada bloco. Desta forma, o leitor acompanha não apenas a aventura do protagonista, como também um pouco dos sentimentos dos pais e amigos próximos que estão buscando respostas para a fuga. Além disso, Dan Gemeinhart apresenta e desenvolve a importante amizade entre as duas crianças e o que mais gostei é que o autor faz isso sem dar a impressão de uma história de amor romântico entre Mark e Jess, mas de um amor de amizade, de cumplicidade.

Avaliei o livro com três estrelas no Skoob porque como escrevi acima, não tive aquele envolvimento com a história, apesar da delicadeza com que Dan Gemeinhart conduz seu enredo. Também senti falta da presença dos pais de Mark. Talvez um ou outro meio capítulo pudesse ser incluso para realmente explicitar os sentimentos deles. Acredito que o público jovem irá se identificar mais do que eu, mas é o tipo de leitura que vale a pena se você gosta do tema (não o câncer, não a doença, mas a superação).


A edição da Novo Conceito é linda. Ao mesmo tempo que a capa é simples e trabalha com cores, é MUITO simbólica e quem ler (leu) vai descobrir qual cena ela representa (a minha preferida da história, diga-se de passagem). Cada início de capítulo traz um detalhe diferente e a diagramação segue o padrão da editora, com boa fonte e entrelinha. Não anotei erros graves de revisão. As páginas são amarelas (não encontrei o papel usado nos dados do livro, mas provavelmente é pólen soft). Outro aspecto bacana é que parte da renda das vendas de A mais pura verdade será doada para a Fundação Abrinq.

Agora é a vez de vocês me escreverem. Quem já leu compartilha nos comentários o que achou de A mais pura verdade. E você que ainda não leu, ficou interessado? Gosta de livros do gênero? Também deixa tua opinião sobre a resenha!

Beijos!
Fotos: Nine Stecanella
*Livro recebido da editora Novo Conceito
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