25 de outubro de 2017

Na época do ragtime - dirigido por Milos Forman




Na época do ragtime
(Ragtime)
Direção: Milos Forman
Produção: Dino De Laurentiis Company
Ano: 1981
Duração: 155 minutos
Filmow | IMDb

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Que eu viciei na trilha sonora de Na época do ragtime (apenas Ragtime no original), vocês já sabem, então para fechar meu ciclo com essa história tão marcante hoje vou compartilhar no Estante da Nine como foi a experiência com o filme, dirigido por Milos Forman. Antecipo que vale a pena assistir, mas sem dúvida a história do livro é mais rica e completa.

No filme, assim como na obra de E.L. Doctorow, o roteiro acompanha três famílias e alguns outros personagens secundários que também são representativos no decorrer na trama. A diferença é que a adaptação é mais recortada e o contexto e as conexão que fazem com que todos se interliguem não é tão explorada e nem tão explicada. Não cheguei a considerar os personagens fúteis, mas alguns parecem mais incompreendidos que outros. 

Diferente do livro que dá um bom espaço para cada uma das famílias, o filme centra a ação em duas delas, que se ligam por um fato trágico e que têm caminhos diferentes e com consequências severas, mais chocante que a situação que os interligou. O racismo, o orgulho, o poder, tudo isso é bem representado no filme de Milos Forman. O drama presente em cada um das famílias também.

Assim como no livro, o roteiro utilizou bem os aspectos históricos e o cenário urbano da Nova York do início do século XX para enriquecer o contexto e o pano de fundo da história. Inclusive eu gostei mais desse elemento na adaptação, que além de ter o recurso visual como principal diferencial, torna esses momentos mais dinâmicos. Certos trechos no livro foram enfadonhos.

É incomodo acompanhar como a vida de certos personagens é desgraçada por atitudes intolerantes ou provocativas. Na época do ragtime consegue retratar com clareza como era a realidade da elite dominante, em contrapartida com a discriminação racial contra negros e imigrantes e o que isso acarretava no dia a dia, nas condições de vida e trabalho. A terra das oportunidades na verdade impôs verdadeira luta pela sobrevivência entre os que não eram abastados. 

Um ponto negativo na adaptação é que eu não gostei do personagem masculino escolhido como de primeiro plano. Principalmente porque no livro ele é mais complexo do que apresentado no filme, e também porque Coalhouse Walker Jr. (foto acima) rouba a cena e o outro de jeito nenhum deveria estar ao lado dele. Além disso, outro personagem masculino que merecia destaque foi mau aproveitado na trama.

Uma personagem feminina extremamente importante no livro foi deixada de fora e com ela toda uma mensagem, mas de uma forma geral as outras duas protagonistas representam mulheres opostas e que na mesma proporção se decepcionam com os homens. Sem dúvida a época retratada no filme ao mesmo tempo que é repleta de excessos é dominada por preconceitos e isso é visto no decorrer dos 155 minutos. 

Apesar de não ser uma adaptarão favorita, é um bom filme. O visual, os cenários, a trilha - sonora que já recomendei no blog e o figurino, que estou apaixonada, são alguns dos méritos da direção de Milos Forman. Também é uma ótima alternativa para conhecer a história de E.L. Doctorow e assistir a um filme de época. 100 anos se passaram e tudo que é discutido na história é extremamente atual, então vale a dica, né? Vocês conhecem Ragtime?

Beijos!

Fotos: Divulgação

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