23 de julho de 2009

A falta de educação


Parece que não tive infância e não fui adolescente, mas fui sim. Mas até onde me lembro eu não desafiava o mundo e desrespeitava todo mundo. Esse post surgiu por um fato simples. Moro ao lado de uma escola, um lugar propício pra brigas. Pois era isso que ia acontecer, com dois colegas do meu irmão (detalhe, eles têm 12 anos, 12, não tem nem pelo no saco). 

Eis que ao lado da escola tem um posto da Brigada Militar. E alguém certamente avisou um dos policiais da briga. Na saída, estava no portão um aglomerado de pré e de adolescentes esperando a briga (devia transportar esses malucos pra época do Coliseu). E o policial.

Um dos meninos foi identificado pelo PM (provavelmente alguém apontou). Lá vai o policial conversar com a criatura. Eis que veio a reação do pirralho: começou a rir, sim, isso mesmo, dar risada do policial. Mas por favor.

Não estou defendendo a policia, sei que ela tem muito erros, mas uma criança de 12 anos achando que uma briga não é nada. "Só vou ali quebrar a cara daquele imbecil e já volto". Ainda por cima rir de um profissional mal pago, que tem uma das categorias mais defasadas (pelo menos no RS), baixos salários e risco de morte todos os dias. 

A escola não pode resolver todos os problemas. Isso é função da família. E mesmo em muitas famílias bem formadas a pirralhada adora um quebra-pau.

Será que tem solução?

8 de julho de 2009

As greves


Eu fico em dúvida em relação as greves. Todas elas. Seja de trabalhador da indústria, da saúde, da construção civil. Muito ouvi de pessoas como meu pai e minha mãe, avós, tios sobre as greves. Como elas eram freqüentes há 30, 40 anos. E acredito que no passado eram de fato compreendidas pelos operários que nela estavam, que participavam.

A minha impressão atual (desculpe se estiver errada) é que as greves são um movimento de poucos, apoiado por muitos, que tem mais interesse na decisão final do que propriamente em participar dela. O grande número de participantes é muito ligado ao período em que ela ocorre.

Vamos ser sinceros. Enquanto seus colegas estão na praça, cobrando um reajuste de 10% no salário, você vai ficar trancado no seu setor fazendo o trabalho por três? Salvo umas almas (talvez não encha uma mão) que ficam de cabeça baixa achando tudo isso o fim da picada. Os mesmo que prezam seu emprego e sabe da importância do mesmo para o sustento da família.

Acredito que todos nós temos o direito de protestar e cobrar de nossos chefes, políticos e colegas um situação melhor no trabalho, na faculdade (escola) e no meio social. Mas é indispensável conhecer o que se busca e os motivos. Sem participação, é só mais uma cabeça entre tantas outras. Só volume, nada de conteúdo.